Perseguição: Gestores da EC 01 do Paranoá são exonerados com base em fake news

Em uma atitude autoritária e irresponsável do Executivo Local, a equipe gestora da Escola Classe 01 do Paranoá foi exonerada na última sexta-feira (14). Embasado apenas em uma notícia falsa perpetuada pelo deputado federal Júlio César (Republicanos-DF), dentre outras pessoas, o governador Ibaneis Rocha (MDB) divulgou no Diário Oficial que os educadores que, até então ocupavam os cargos de gestão da escola, retornaram à sala de aula sem nenhum diálogo com os profissionais ou a comunidade acadêmica. 

A polêmica começou dias antes do inesperado desfecho. Em processo de reforma nos sanitários, a escola se tornou notícia nas redes quando alguns pais de alunos começaram a denunciar que um banheiro unissex estaria sendo oferecido para estudantes da educação infantil.  

O professor Claudinei Batista, agora ex-diretor da escola, explicou que a instituição de ensino dispõe de sanitários femininos e masculinos para a educação infantil. Entretanto, depois de reformar os banheiros dos estudantes do ensino fundamental, chegou a vez de reformar o dos pequenos. Portanto, a utilização do mesmo banheiro por meninos e meninas foi uma solução organizativa provisória adotada enquanto dura a reforma. Trata-se de uma iniciativa de zelo e cuidado com as crianças de 5 e 6 anos, para que não precisem dividir o banheiro com crianças maiores. E é importante ressaltar: meninos e meninas não dividem o banheiro ao mesmo tempo, e sempre o utilizam acompanhados de um monitor ou monitora. 

Apesar disso, como Claudinei afirmou para a comunidade acadêmica, a equipe gestora da escola não foi ouvida nem pela regional e nem pela Secretaria de Educação antes de ser destituída. “Não veio ninguém da Secretaria de Educação averiguar, muito menos da Regional de ensino. A Regional só nos chamou para informar que seríamos exonerados”, afirmou o professor durante ato de solidariedade que reuniu a comunidade acadêmica na escola na manhã de sexta-feira (14), após o anúncio da exoneração. 

“Além de acabar com a gestão democrática da educação pública, tais ações silenciam qualquer possibilidade de educação cidadã, uma vez que exterminam o diálogo, impondo uma histeria moral gerada a partir de uma mentira. Tal estratégia, além de ser desonesta e injusta com todos os envolvidos, é adotada sistematicamente por aqueles que hoje estão à frente das mais importantes decisões do país. É preciso combater esse tipo de postura, para que isso não continue gerando atraso no desenvolvimento de uma educação pública emancipadora e baseada na ética e na ciência, incitando as violências e fazendo com que lideranças incompetentes e desonestas continuem manipulando a população para manter-se no poder”, explica a dirigente do Sinasefe Brasília, Maria del Pilar Acosta. 

O Sinasefe Brasília se solidariza com os educadores atingidos pela arbitrariedade e autoritarismo do GDF e lamenta que posturas autoritárias e nada democráticas sejam cada vez mais naturalizadas pelos governos federal e distrital. A busca indiscriminada por atenção nas redes sociais, a falta de senso crítico, bom senso e diálogo infelizmente tem sido a regra no comportamento das figuras que estão à frente do poder. Esperamos que essa injustiça seja reparada e que os responsáveis sejam punidos. Todo apoio às educadoras e educadores afetados com a decisão. 

Com informações de Sinpro/DF. 

Solidariedade: Militantes brasileiros realizam ato contra truculência do governo colombiano

Na manhã desta quinta-feira (06), movimentos sociais realizaram ato em apoio à população colombiana, que sofre com as duras represálias do governo de Iván Duque. A atividade, que aconteceu em frente à Embaixada da Colômbia, repudia a violência policial que já ceifou a vida de dezenas de pessoas. A população protesta contra  a Reforma Tributária do governo, que privilegia empresas e aumenta a arrecadação de impostos da população. Por isso, movimentos sociais, sindicatos e outros segmentos da sociedade estão nas ruas desde o dia 28 de abril. 

Já foram registrados mais de mil casos de violações, 77 registros de uso de arma de fogo contra os manifestantes e 34 mortes. O projeto de reforma do governo, além de penalizar a população e privilegiar pessoas jurídicas, aumenta os impostos indiretos, como o da gasolina, que passaria de 5% para 19%. Até a taxa sobre os funerais sofreria aumento se a proposta fosse aprovada. 

“A reforma num país que é cuidado por uma elite é o estado e mínimo, é sempre sacana para o povo ao invés de fazer, por exemplo, a taxação de grandes fortunas, a reforma que eles fizeram lá vai empobrecer ainda mais a população que já sofre com a crise econômica potencializada pela pandemia”, explica a dirigente do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, que esteve presente na atividade. 

“Eu vou falar não só como dirigente do Sinasefe, não só como militante petista de base, mas como mulher em solidariedade às mulheres colombianas que estão sendo violentadas pela violência policial de lá, vou falar também em solidariedade àqueles que apesar da fome, da pandemia, do COVID, estão lá lutando, vou falar contra o governo criminoso da Colômbia, capacho do capital estrangeiro dos Estados Unidos, Fora, Ivan Duque!”, discursou Camila durante a atividade. A dirigente sindical também lembrou a situação do nosso país, cujo presidente ignora a população mais vulnerável desde o início da pandemia, negando-se a assinar decretos ou projetos que protejam as famílias da miséria, da falta de moradia e do desemprego nesse momento de fragilidade. 

O Sinasefe Brasília defende a liberdade democrática de manifestação. Todas as populações devem ter o direito de decidir sobre o próprio destino sem sofrer represálias que nesse caso estão sendo levadas ao limite máximo: o assassinato pelas mãos do Estado. Somos contrários a toda e qualquer violência que visa calar a classe trabalhadora, os movimentos sociais e a população em geral. 

Foto: Kátia Garcia.

Solidariedade: Sindicato intensifica doações durante a pandemia

Desde o início da pandemia causada pelo Coronavírus, o Sinasefe Brasília engajou-se em ampliar as doações àqueles que estão em vulnerabilidade socioeconômica. A situação de pobreza da população, que se agrava a cada dia, infelizmente está longe de ser prioridade nas políticas do governo federal e dos governos estaduais. Segundo a Rede de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), hoje existem 19 milhões de brasileiros passando fome. O número alarmante é o maior que o país registra desde 2004.
“Como sabemos, muitas famílias perderam e ainda estão perdendo renda nessa pandemia, os preços dos alimentos, gás de cozinha, e outras despesas básicas aumentaram bastante e os governos estão deixando essa população mais vulnerável quase completamente desamparada durante essa pandemia. A gente teve o auxílio emergencial que foi insuficiente no ano passado e essa nova rodada é esmola, um valor de miséria para as famílias. Além disso não vemos ações para ajudar os pequenos comerciantes que estão tendo que fechar seus negócios e demitir funcionários. Então além da pandemia ter agravado a situação socioeconômica de muitas famílias, vemos milhares de pessoas entrando novamente no mapa da fome e completamente desamparadas”, explica o dirigente do Sinasefe Brasília, Henrique Zanata.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde o início da pandemia, o preço dos alimentos no Brasil aumentou 15%, quase o triplo da inflação do período. Dentre os produtos básicos, os que mais subiram de valor foram o óleo de soja (87,89%), o arroz (69,8%) e a batata (47,84%).
“Já no ano passado, o Sinasefe Brasília fez doações para as ações que estavam acontecendo nos campi para compras de cestas básicas e produtos de limpeza e higiene para as famílias de estudantes do IFB. Nessa gestão, realizamos doações para o MRP, movimento de luta por moradia do DF que reúne famílias sem teto, muitas delas em situação de extrema vulnerabilidade socioeconômica. Mais recentemente fizemos doações para as famílias de catadores de recicláveis da ocupação CCBB, que foram desalojadas de forma truculenta pela Polícia Militar”, informa Zanata.
Para o dirigente sindical, a solidariedade de classe nesse momento é fundamental. “Essas doações têm sido muito importantes, pretendemos fazer outras e consideramos imprescindível que entidades sindicais, movimentos sociais e outras organizações ajudem a população mais vulnerável nesse momento”, afirma Henrique Zanata.

Para realizar doações ao Movimento de Resistência Popular pelo Direito à Cidade (MRP):

PIX: edsondfspw@gmail.com
Banco: NUBANK
Agência: 001
Conta: 82432979-7
Entrar em contato pelo whatsapp: 9333.9380

Para realizar doações à Ocupação CCBB:

PIX: 61985518339
Conta NUBANK: 6708156-9
Ana Flávia do Vale