Construída por organizações como o Sinasefe e a Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), a jornada nacional de lutas contra a reforma administrativa, em defesa do auxílio emergencial e da democracia e autonomia das IFEs, começa em Brasília a partir desta terça-feira (08). A mobilização conta com uma série de atividades virtuais e presenciais. Amanhã, haverá uma reunião com as reitoras e reitores que foram eleitos, mas não foram empossados em Instituições Federais de Ensino, seguida por um ato virtual. Na quarta e na quinta-feira (09 e 10/12), haverá atividades no Congresso Nacional, no Ministério da Educação e uma carreata que terá início no Palácio do Buriti e seguirá pela Esplanada dos Ministérios.
“Atualmente são 18 reitoras e reitores que foram eleitos, mas não foram empossados. Desses, 15 são de Universidades Federais, dois de Institutos Federais (IFRN e IFSC) e um do CEFET do Rio de Janeiro”, explica o coordenador da Fenet, Caio Sad.
Para o estudante, essa é apenas uma das ameaças do governo Bolsonaro à democracia e autonomia das IFES. “Além de passar por cima do processo eleitoral indicando quem ele bem entende para assumir o cargo de reitoria, ele ameaça de várias outras formas a autonomia universitária e a democracia. Quando diz que os estudantes são idiotas úteis, quando diz que todo estudante e drogado, que a Universidade não serve para nada, que é lugar de balbúrdia. Ameaça à democracia das nossas instituições cortando investimento, pois assim, a Universidade tem menos autonomia para fazer o que ela acha que é melhor, para desenvolver pesquisa, ensino e extensão”, destaca Caio.
“Os próximos três dias são muito importantes. Vamos desenvolver uma lista grande de atividades, no MEC e no Congresso Nacional vamos acompanhar os reitores eleitos e não empossados em algumas discussões. No Congresso estamos articulando uma audiência pública para divulgar a nível parlamentar essa pauta da autonomia universitária e da democracia nas Instituições”, afirma o coordenador da Fenet.
Caio defende que é necessário a população estar cada vez mais organizada para enfrentar os ataques do governo Bolsonaro e garantir que haja democracia nas decisões que afetam os trabalhadores, os estudantes e a sociedade em geral. “Organizados já obtivemos várias vitórias. Nos IFS, as MPs 914 e 979, que iam alterar a forma de fazer o processo eleitoral nos IFs foram derrubadas com a nossa mobilização nas ruas e nas redes. Quando a gente se organiza, pressiona, vai à luta, a gente consegue defender os nossos interesses. Esse governo que é um gigante com pés de barro, é fraco e com a mobilização popular podemos derrubar esse governo. Nós da Fenet defendemos que não basta conquistar essas pautas, mas fazer uma luta para derrubar o governo e construir em seu lugar um governo popular, onde quem decida sobre a educação sejam os estudantes, os professores, os técnicos administrativos, onde quem decida sobre as cidades seja quem vive nas cidades, onde quem decida sobre a saúde sejam os médicos, os enfermeiros, aqueles que usam o serviço público de saúde. Defender um governo popular é defender a democracia nesse país”, conclui Caio Sad.
O Sinasefe Brasília participará de algumas das mobilizações da agenda nacional de lutas. Acompanhe as nossas redes sociais e tenha acesso a cobertura das atividades.
Entidades que participaram da construção da jornada de lutas:
- Andes-SN
- ANPG
- Fasubra Sindical
- Fenet
- Fonasefe
- Frente Parlamentar de Apoio aos Conselhos Profissionais de Classe
- Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos Federais
- Frente Parlamentar Mista do Serviço Público
- SINASEFE
- Ubes
- Une