As eleições sindicais vêm aí!

Foi publicado, no dia 23/12, o código eleitoral e a convocatória para as eleições de composição da nova chapa da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal do Sinasefe Seção Sindical Brasília. As inscrições estão abertas até o dia 22/01/2021 e podem ser realizadas aqui. A diretoria atual da seção sindical precisou estender o mandato por duas vezes consecutivas, por causa da dificuldade de realizar eleições durante a pandemia. Porém, no diálogo com os servidores, a ideia de adaptar o pleito eleitoral para o formato virtual foi tornando-se viável, tanto do ponto de vista da preservação de nossos sindicalizados, quanto na garantia de renovação e continuidade das lutas e trabalhos do Sinasefe Brasília. 

Segundo o calendário da Comissão Eleitoral, eleita em assembleia no dia 3/12, a campanha das chapas deve começar no dia 27/01 e as eleições acontecerão no dia 04/02, via formulários do Google. 

Inscreva sua chapa e ajude a continuar construindo essa história de luta e resistência pelos servidores do IFB e pela garantia de uma educação transformadora, pública, gratuita e de qualidade para milhares de brasileiras e brasileiros. 

Clique aqui e tenha acesso ao código eleitoral.

Para se candidatar ao Conselho Fiscal, clique aqui e preencha o formulário.

Convênios || Sinasefe Brasília fecha parceria com plano de saúde


Com o objetivo de atender às demandas dos servidores, sobretudo em um ano em que a saúde está passando por um verdadeiro colapso em virtude da pandemia, a nossa seção sindical participou, na tarde desta quinta-feira (17), de uma reunião com o Sitfub e a empresa Smile Saúde para tratar da adesão de um plano de saúde para a categoria.
O contrato, que será assinado nos próximos dias, se assemelha ao do Sindicato dos servidores da Universidade de Brasília, com planos mensais a partir de R$171,26 e uma cobertura que atende hospitais e clínicas renomados em Brasília, além de laboratórios de exames. Todos os servidores filiados ao Sinasefe Brasília poderão aderir ao plano de saúde.
“Acho importante relembrar que defendemos o SUS, só que estamos sabendo de vários casos de pessoas que morreram, ainda mais com a pandemia, porque ficaram esperando vagas para atendimento e UTI e não conseguiram. Precisamos continuar indo contra o sucateamento que está acontecendo no nosso sistema público de saúde, mas no momento é muito importante cuidar da nossa categoria”, explica Camila Tenório Cunha, dirigente do Sinasefe Brasília.
Em breve, divulgaremos mais informações sobre o andamento do contrato e as formas de adesão.
Confira a rede credenciada do plano de saúde que atenderá aos servidores do IFB:
Hospitais:

Hospital Santa Marta
Hospital Daher
Hospital Alvorada
Hospital Prontonorte (Santa Lúcia Norte)
Hospital Albert Sabin
Pronto Atendimento Infantil (PAI)
Hospital Anna Nery
Hospital das Clínicas de Ceilândia
Hospital Luciano Chaves
Hospital Nossa Senhora Abadia
Hospital São Mateus
ISOB
Santa Clara Hospital Dia
Hospital Maria Auxiliadora
Hospital São Francisco
Oculare
Laboratórios:

Laboratório Sabin
Exame Medicina Diagnóstica (Dasa)
Laboratório Lâmina
Laboratório Mulier
Laboratório Santa Maria
Labin Med Laboratório Clínico
Micra Lab. de Citopatologia
Laboratório Análises Clínicas de Ceilândia
Laboratório Fleming
Laboratório Santa Paula
Vitalab

Eleições: Seção Brasília deve eleger nova diretoria em fevereiro

Em assembleia realizada nesta quarta-feira (16), por videoconferência, os servidores deliberaram, por unanimidade, pela prorrogação do mandato da atual diretoria até o dia 30/06/2021, sendo que, assim que estiver concluído o processo eleitoral, a nova direção será empossada imediatamente.

De acordo com o calendário apresentado pela comissão eleitoral, as eleições para nova diretoria devem acontecer em fevereiro do próximo ano. A dilatação do tempo de mandato até o mês de junho foi proposta para que haja segurança de que a seção não fique sem representação sindical enquanto não houverem eleições e para que a nova diretoria tenha tempo para organizar-se em questões burocráticas e financeiras quando for empossada. 

Além disso, também foi acordado que as eleições vão acontecer por meio de um formulário do Google, que será disponibilizado aos servidores filiados e ficará aberto na data das eleições. Ao fim desse dia, haverá uma assembleia onde será divulgado o resultado do pleito eleitoral e a nova diretoria será empossada. 

A representatividade do Sinasefe no Conselho Superior (Consup) também foi debatida na assembleia. Embora a pauta não estivesse prevista, foi incluída pelos servidores no início da reunião. Marco Antônio Vezzani, professor do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC e Conselheiro pelo Sinasefe, destacou a importância de renovar a representação sindical no Conselho e continuar levando a pauta dos servidores do IFB a essa instância. Apesar do Sindicato ter essa representatividade no Conselho, havia o entendimento de que o membro do Sinasefe a ocupar essa cadeira não poderia ser um servidor do IFB. Ao longo da assembleia e após analisar o regimento do Consup, os participantes deliberaram por indicar dois servidores da seção Brasília para ocupar esse espaço durante os próximos anos. Vaneide Leite, do campus Recanto das Emas, e Paulo Cabral, do campus Planaltina, foram escolhidos para ser indicados a conselheiros pelo Sindicato, tendo em vista a paridade entre homens e mulheres e entre técnicos e docentes. “Nunca concordei que o Sinasefe seja representado por alguém que não seja do IFB. Acho que não é porque alguma coisa e de uma forma que essa coisa não pode se transformar, a gente tem que mudar, lutamos todos os dias para mudar a realidade que nos cerca, e a nossa representatividade no Conselho não pode ser uma exceção”, destacou Camila Tenório Cunha, dirigente do Sinasefe Brasília.  

Nos próximos dias, a diretoria da seção sindical realiza os trâmites burocráticos para prorrogação do mandato e a comissão eleitoral continua o trabalho de organização do processo que vai eleger os novos coordenadores do Sindicato. 

Jornada Nacional de Lutas se encerra com uma carreata em Brasília

“A educação não se vende, se defende”. Essa era uma das faixas que se destacaram durante a manifestação que aconteceu na manhã desta quinta-feira (10), quando representantes de entidades estudantis, trabalhistas e movimentos sociais realizaram uma carreata que saiu do Palácio do Buriti e seguiu até a Praça dos Três Poderes. A atividade encerra a semana nacional de lutas contra a Reforma Administrativa, por democracia nas Instituições Federais de Ensino (IFES) e pela manutenção do auxílio emergencial.
“Foram várias entidades reunidas contra essa Reforma, que na verdade vai prejudicar a população, sobretudo a mais vulnerável, que precisa desses serviços. Se lutamos por um Estado de direitos, garantias e qualidade de vida para todos, precisamos de um serviço público de qualidade”, afirma a coordenadora do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, que esteve presente na atividade.
Além das faixas, cartazes e palavras de ordem, a manifestação contou com uma apresentação teatral, onde era explicado como o governo Bolsonaro avança em uma necropolítica que desfavorece a população ao desmontar os serviços públicos essenciais, que garantem a vida, a saúde, e a educação de milhares de brasileiras e brasileiros.
“Durante essa semana realizamos uma série de atividades em Brasília para defender os serviços públicos e a democracia das nossas Instituições. Na quarta-feira (09), fomos para a porta do MEC para exigir que o ministro nos recebesse, mas ele tem medo dos estudantes, tem medo da democracia e tem medo dos reitores que foram eleitos e representam a voz da sua comunidade. Hoje (10), a gente encerrou as nossas atividades com uma carreata que saiu do Palácio do Buriti e veio até o Congresso Nacional, encerramos nosso ato na Praça dos três Poderes para dizer não à reforma administrativa é às intervenções autoritárias, golpistas do Bolsonaro nas Universidades e Institutos Federais, para defender o direito à vida, a educação, a ciência, a pesquisa, os direito do povo. A nossa luta está só começando”, explicou o coordenador geral da Fenet, Caio Sad.
Após um momento de falas e exibição de cartazes em frente ao Palácio do Planalto, a atividade se encerrou e contou com manifestações de apoio dos carros que passavam pela Esplanada.

Brasília será palco de jornada nacional de mobilizações

Construída por organizações como o Sinasefe e a Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), a jornada nacional de lutas contra a reforma administrativa, em defesa do auxílio emergencial e da democracia e autonomia das IFEs, começa em Brasília a partir desta terça-feira (08). A mobilização conta com uma série de atividades virtuais e presenciais. Amanhã, haverá uma reunião com as reitoras e reitores que foram eleitos, mas não foram empossados em Instituições Federais de Ensino, seguida por um ato virtual. Na quarta e na quinta-feira (09 e 10/12), haverá atividades no Congresso Nacional, no Ministério da Educação e uma carreata que terá início no Palácio do Buriti e seguirá pela Esplanada dos Ministérios.

“Atualmente são 18 reitoras e reitores que foram eleitos, mas não foram empossados. Desses, 15 são de Universidades Federais, dois de Institutos Federais (IFRN e IFSC) e um do CEFET do Rio de Janeiro”, explica o coordenador da Fenet, Caio Sad.

Para o estudante, essa é apenas uma das ameaças do governo Bolsonaro à democracia e autonomia das IFES.  “Além de passar por cima do processo eleitoral indicando quem ele bem entende para assumir o cargo de reitoria, ele ameaça de várias outras formas a autonomia universitária e a democracia.  Quando diz que os estudantes são idiotas úteis, quando diz que todo estudante e drogado, que a Universidade não serve para nada, que é lugar de balbúrdia. Ameaça à democracia das nossas instituições cortando investimento, pois assim, a Universidade tem menos autonomia para fazer o que ela acha que é melhor, para desenvolver pesquisa, ensino e extensão”, destaca Caio.

“Os próximos três dias são muito importantes. Vamos desenvolver uma lista grande de atividades, no MEC e no Congresso Nacional vamos acompanhar os reitores eleitos e não empossados em algumas discussões. No Congresso estamos articulando uma audiência pública para divulgar a nível parlamentar essa pauta da autonomia universitária e da democracia nas Instituições”, afirma o coordenador da Fenet.

Caio defende que é necessário a população estar cada vez mais organizada para enfrentar os ataques do governo Bolsonaro e garantir que haja democracia nas decisões que afetam os trabalhadores, os estudantes e a sociedade em geral.  “Organizados já obtivemos várias vitórias. Nos IFS, as MPs 914 e 979, que iam alterar a forma de fazer o processo eleitoral nos IFs foram derrubadas com a nossa mobilização nas ruas e nas redes. Quando a gente se organiza, pressiona, vai à luta, a gente consegue defender os nossos interesses. Esse governo que é um gigante com pés de barro, é fraco e com a mobilização popular podemos derrubar esse governo. Nós da Fenet defendemos que não basta conquistar essas pautas, mas fazer uma luta para derrubar o governo e construir em seu lugar um governo popular, onde quem decida sobre a educação sejam os estudantes, os professores, os técnicos administrativos, onde quem decida sobre as cidades seja quem vive nas cidades, onde quem decida sobre a saúde sejam os médicos, os enfermeiros, aqueles que usam o serviço público de saúde. Defender um governo popular é defender a democracia nesse país”, conclui Caio Sad.

O Sinasefe Brasília participará de algumas das mobilizações da agenda nacional de lutas. Acompanhe as nossas redes sociais e tenha acesso a cobertura das atividades.

Entidades que participaram da construção da jornada de lutas:

  • Andes-SN
  • ANPG
  • Fasubra Sindical
  • Fenet
  • Fonasefe
  • Frente Parlamentar de Apoio aos Conselhos Profissionais de Classe
  • Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos Federais
  • Frente Parlamentar Mista do Serviço Público
  • SINASEFE
  • Ubes
  • Une

MEC quer obrigar retorno presencial sem vacina

A portaria n°1030, publicada nesta quarta-feira (02), impõe que as Instituições Federais de Ensino (IFES) retornem às atividades presenciais em pouco menos de um mês, no dia 4 de janeiro de 2021. Ignorando o cenário de pandemia em que o país se encontra, com mais de 170 mil óbitos e 697 mortes registradas ontem, o governo mais uma vez sinaliza uma total falta de compromisso com a sociedade. 

“No Brasil, estamos emendando a segunda onda de contaminações com a primeira. Segundo a Organização Mundial de Saúde ( OMS), a abertura e funcionamento seguro de instituições de ensino, só poderia acontecer em um cenário de redução significativa da curva de contágio, o que não está acontecendo no nosso país. Nesse panorama, essa portaria não tem nenhum cabimento”, explica a coordenadora do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha. 

A portaria ainda coloca na responsabilidade das IFES a disponibilização de recursos para que os protocolos de segurança sejam seguidos com o retorno presencial, em um momento em que as Instituições enfrentam uma previsão de corte de 1,8 bilhão de reais no orçamento do próximo ano. 

Resistência 

Após uma série de críticas, o governo decidiu revogar a portaria. De acordo com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, será realizada uma consulta pública sobre o tema. “O fato do governo ter, nesse primeiro momento, voltado atrás, não deve nos tranquilizar, pelo contrário. Se o ministério já demonstrou disposição em impor o retorno presencial antes de oferecer vacina para a população, devemos nos manter alertas e mobilizados para deflagrar uma greve geral caso haja uma nova iniciativa nesse sentido”, afirma Camila Tenório Cunha. 

Em julho de 2020, o Sinasefe aprovou em plenária nacional a deflagração de greve sanitária em defesa da vida, diante de qualquer retorno presencial. 
A reitora do IFB, Luciana Massukato, também lançou uma nota afirmando que a referida portaria é “inadequada e inoportuna, pois, além de ferir a autonomia das instituições, desconsidera o aumento significativo de casos de covid-19 no país, de internações hospitalares decorrentes da doença e da ausência efetiva da vacina”. 

O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), também divulgou uma nota contra o retorno presencial. “Voltar às aulas presenciais, de forma precipitada como disposto na Portaria, seria uma irresponsabilidade com os nossos mais de um milhão de estudantes e 80 mil servidores”, afirma um trecho do documento, que pode ser lido integralmente aqui.

“Não podemos deixar esse fato cair no esquecimento”, afirma professor do IFB sobre assassinato racista no Carrefour.

Em memória de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, assassinado covardemente em uma unidade do Carrefour, manifestantes realizaram ontem (26), um protesto anti racista em frente a um dos supermercados da rede, localizado na 402 Sul. Organizada por vários coletivos negros, a atividade teve o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a motivação racista do crime contra João Alberto, que no momento de sua morte não apresentava risco e nem possibilidade de se defender. 

“Não podemos deixar esse fato cair no esquecimento. Atividades como essa tem por fim mostrar que o racismo está na estrutura da sociedade. Não foi apenas pela memória do Beto, mas uma denúncia sobre as instâncias nas quais o racismo opera, precisamos continuar esse debate e avançar no combate ao racismo”, explica o professor do IFB Lucas Babosa, que esteve presente no ato. 

Além de falas e cartazes, o protesto pacífico também contou com um ato simbólico pelos sete dias da morte de João Alberto, com caixão, velas e orações. Músicas que abordam a luta e a resistência do povo negro foram ouvidas e cantadas em frente ao supermercado, que fechou as portas logo no início da manifestação. Em torno das 20h30, o ato chegou ao fim. 

Outras cidades brasileiras também tiveram atividades similares nos últimos dias. Desde a morte de João Alberto, no dia 19/11, pelo menos quatro outras capitais realizaram protestos em frente a unidades do Supermercado: São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. 

Os assassinos, Giovane Gaspar da Silva, policial militar temporário, e Magno Braz Borges, vigilante, foram presos em flagrante. Ao todo, sete pessoas estão sendo investigadas pela morte de João Alberto. As demais podem responder pelo crime de omissão de socorro. 

Foto por: Lucas Barbosa.

Masculinidade Hegemônica e o uso dos corpos

Por: Camila Tenório Cunha.

“Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas/vivem por seus maridos/orgulho e raça de Atenas”. Chico Buarque, primeira frase da música Mulheres de Atenas.

Quando as mulheres viviam por seus maridos, significava que elas eram um objeto de serventia: para lhes servir, sexualmente, domesticamente, dar filhos, prazer e comida.
Quando as sufragistas lutaram pelo direito ao voto, votaram pelo direito à voz, à cidadania e dali para cá nós lutamos, diariamente, para sermos vistas como pessoas, seres humanos, com sentimentos, emoções, inteligência, capacidade cognitiva, força.

Por que continuamos lutando?
Porque o capitalismo trabalha com o subjetivo arraigado nas relações humanas, de que corpos são objetos para serem usados, explorados. O comércio trabalha com o corpo feminino para venda de produtos, ou seja, o patriarcado, apesar de tanta luta, é casado numa perfeita simbiose com o capitalismo.
Quando permitimos que as relações humanas sejam de usos dos corpos desconectados de valores, sentimentos emoções, ou seja: vou te “comer “, você é minha comida – algo meramente sexual – sem a vontade ou a proposta da construção de uma relacionamento de parceria, companheirismo, então caímos na reprodução do mesmo que nos cerca: a
exploração dos corpos, como se fossem objetos e não pessoas.
Muitas mulheres acreditam que lutar por liberdade seria reproduzir um uso do sexo como mero prazer, reproduzindo o sexo sem compromisso, sem afeto, que o patriarcado sempre usou. Só que toda reprodução não é algo que transforma, se lutamos para transformação e relações de companheirismo profunda entre todos, reproduzir os usos não seria
transformar.
A comédia francesa “Eu não sou um homem fácil”, traz um mundo oposto, matriarcado, onde as mulheres oprimem e usam os homens, o capitalismo ainda está ali e nas propagandas corpos de homens… Bem, é isso… Reproduzir seria continuarmos no lugar.
Transformar de fato seria nos vermos como seres humanos que podem viver juntos, como companheiros, relações profundas e lindas ombro a ombro, sem medo do amor, sem medo da entrega. Porque, afinal, você não será jogado fora na próxima temporada ou lançamento do novo ‘brinquedo”, “carro”… Você não é um objeto, um brinquedo que se enjoa, é alguém com defeitos e qualidades, tanto quanto seu companheiro – e – juntos, tentarão se acertar, conviver, evoluir, aprender e trocar um com o outro.
Pode ser que depois de muitos anos, tentativas, todos resolvam seguir, com respeito e conversa, caminhos distintos, mas jamais será jogado fora como objeto no primeiro desentendimento.
Porque jamais um ou outro será visto como objeto.
Não adianta se dizer contra qualquer forma de exploração humana, e, explorar o afeto, o
romantismo e entrega do outro, mas, quando lhe convém, num problema, incômodo ou questionamento, jogar fora. Bloquear de aplicativo e nunca mais procurar para uma conversa, muitas vezes depois de praticamente terem vividos juntos, às vezes até por meses.
Esta forma de agir não se restringe ao gênero masculino com o feminino, apesar do patriarcado. Todavia, quando é uma mulher a agir assim, usando afetos, brincando com sexo casual, etc, ela está apenas reproduzindo o que sempre a cercou, usando seu “empoderamento” para “mais do mesmo”. E, reproduzir o patriarcado que nos cerca, não é transformá-lo, sendo que nosso interesse principal seria transformá-lo, não?
Assim como derrubar o capitalismo, que sempre será machista, racista, misógino.
Neste momento quero olhar para as sociedades tradicionais, aborígenes, indígenas, tribos africanas, quando muitas vezes as relações de afetos entre homens e mulheres se dão na contra mão de como se dá dentro do capitalismo, mesmo que muitas sejam machistas e patriarcais também. Não que sejam perfeitas, mas não há registros antropológicos de pedofilia, viciados em sexo, viciados em pornografias, etc. Contudo, na maioria delas, há sempre a busca pelo Sagrado nas relações do ser humano com a natureza, e, com o sexo entre o homem e a mulher.
Talvez fazer uma pausa do frenetismo pelo sexo, pelo consumo, e tudo isso misturado na nossa sociedade, para rever o Sagrado que ele poderia significar, assim como o quanto especial se relacionar poderia ser, talvez pudéssemos enfrentar o patriarcado com muito mais eficiência do que reproduzindo ações vazias de patriarcas.
Dizer para si e para o outro: vamos construir algo? Porque só brincar com este sagrado não interessa, talvez nossas energias estivessem na transformação real e tanta opressão e violência não ocorresse.
Por que a violência contra a mulher aumentou na pandemia? Porque o objeto, o brinquedo, talvez tenha “fugido’ do controle confortável e questionado uma ajuda para lavar a louça, olhar as crianças, dividir ombro a ombro as tarefas do lar. E o homem, que se acha ainda um guerreiro de Atenas, não aceitou ver sua Melena se transformar numa Frida. Depois de
algum tempo sob o mesmo teto fica difícil não querer que todos participem dos afazeres, que compartilhem.
Então, para termos uma sociedade onde todos os corpos sejam vistos como seres humanos, não podemos reproduzir o patriarcado, em nenhum aspecto. Temos que transformar todas as relações, e, estarmos preparadas, nesta pandemia, para socorrermos as irmãs que questionaram seus maridos machistas.
Temos que lutar para que brincar com os filhos seja mais importante do que cumprir metas remotas no computador. Temos que lutar por uma grande transformação, começando nas pequenas, onde cada vida é especial, importante, não pode ser iludida, explorada, usada, esquecida.
A verdadeira transformação de uma sociedade mais justa, melhor, com respeito, começa no micro de cada relacionamento humano e chega ao macro. Senão ficaremos em círculos gastando energias e reproduzindo explorações em diversas áreas. E escolher amar é escolher revolucionar, transformar, de fato.