Por ampla maioria, servidores do IFB aprovam indicativo de greve

Em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (14), os servidores do IFB aprovaram o indicativo de greve. No próximo fim de semana, dias 16 e 17/3, a categoria participa da Plenária Nacional do Sinasefe para deliberar sobre a data de início da paralisação e alinhar outras estratégias de luta. A luta é pela recomposição salarial, a reestruturação das carreiras, o orçamento do Instituto Federal, a revogação de portarias, instruções normativas e leis que prejudicam a autonomia das Instituições Federais de Ensino, dentre outros pontos. 

David Lobão, coordenador geral do Sinasefe Nacional participou da assembleia e contextualizou os servidores do IFB sobre as negociações com o governo federal. “Os Institutos Federais estão entre as cinco melhores escolas de ensino médio do mundo e são objeto de propaganda do governo. Por isso, o governo não vai querer uma greve nos IFs e será obrigado a nos atender caso façamos uma mobilização representativa”, avaliou o dirigente sindical. 

Expansão      

Essa semana, o governo Lula anunciou a expansão dos Institutos Federais e afirmou que serão construídos 100 novos IF’s. Em contrapartida, as negociações com os servidores continuam sem avanços. Sobre esse novo dado, o coordenador do Sinasefe seção Brasília, Lucas Barbosa, afirmou que “queremos expansão sim, mas queremos melhores condições de trabalho”. 

“Vamos parar os 10 campi e a reitoria. Só com mobilização conseguiremos avançar em nossas pautas”, disse Lucas, que teve a fala reiterada por outros membros da direção e participantes da assembleia. 

Agora, o Sinasefe Brasília vai instituir o Comando de Mobilização, com representações em cada campus do IFB para intensificar o movimento e construir a greve, que também está acontecendo em outras instituições de ensino, como a UnB.

Em abril, está prevista uma grande plenária nacional da educação federal, para consolidar, unificar e ampliar o movimento paredista no setor. Nas próximas semanas será realizada uma nova assembleia para decretar o início da greve.

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“Revertemos a maré de apatia que reinava na nossa Instituição”, afirmou o coordenador do Sinasefe Brasília

Deflagrada no dia 22/06, a greve dos servidores do IFB termina na próxima segunda-feira (11). A decisão foi aprovada por ampla maioria durante assembleia realizada nesta sexta-feira (08). No decorrer do período em que a categoria participou do movimento paredista, aconteceram várias atividades nos campi e nas ruas, como rodas de conversa, panfletagem, atividades culturais, conscientização da população e uma série de outros eventos em defesa da educação. Essa agenda de mobilização será mantida mesmo com o fim da greve. 

A maior parte dos servidores e das servidoras presentes na assembleia avaliaram o movimento paredista como positivo, sobretudo pelo envolvimento da categoria. “Juntos, realizamos uma belíssima mobilização, conseguimos construir uma vitória sem precedentes, revertemos a maré de apatia que reinava na nossa Instituição. Que esse movimento possa ser o começo de uma mobilização permanente em defesa do IFB”, afirmou o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa. 

A percepção foi compartilhada por Dimitri Assis Silveira, também coordenador da Seção Brasília.  “Conseguimos chacoalhar o IFB”, afirmou o dirigente. “Foram criados vários grupos, coletivos, tivemos novas filiações e isso é muito importante para que possamos continuar a luta. Agora, vamos eleger os delegados sindicais, que são uma ponte entre a diretoria e a base. Quem sabe, nas próximas eleições sindicais, vamos conseguir ter mais de uma chapa concorrendo à diretoria”, completou.

Também houve a retomada de Centros Acadêmicos e Grêmios Estudantis, a partir da mobilização das servidoras e servidores do IFB. 

Os deputados federais Érika Kokay e Professor Israel prestigiaram a assembleia e dispuseram os mandatos à disposição das trabalhadoras e trabalhadores do IFB. “Presto minha solidariedade a este movimento dos servidores. Hoje temos um governo que não tem qualquer tipo de pudor ou modéstia de expressar lógica fascista e contra a educação, fortalecimento da educação”, afirmou a parlamentar, que também destacou a importância da defesa dos Institutos Federais. 

Negociação de compensação 

Dimitri Assis Silveira informou sobre a última reunião de negociação com a reitoria do IFB, onde a reitora demonstrou disposição de não realizar o corte de ponto. A proposta dos servidores, que voltará a ser discutida com a reitoria na próxima semana, prevê a compensação para os docentes por meio de atividades coletivas integradas ou  por atividades EaD em que os PPC contemplam essa possibilidade. Para os técnicos, a reposição não das horas trabalhadas, mas do serviço ou apresentação de participação em cursos. O prazo para essa reposição será, caso a reitoria aceite, até o fim do calendário letivo, ou seja, fevereiro de 2023. 

Encontro Nacional de Mulheres 

A assembleia também deliberou pela participação de todas as  seis servidoras sindicalizadas que manifestaram interesse em estar na atividade. 

Greve dos servidores do IFB é legal e legítima, afirma reitora

Em reunião que aconteceu na manhã desta sexta-feira (24) entre o Comando de Greve e a reitoria do IFB,  Luciana Massukado, reitora da Instituição, se comprometeu a dialogar com os diretores reafirmando a legalidade e legitimidade da greve dos servidores aprovada na última quarta-feira (22). 

“Essa gestão está do mesmo lado na luta dos dois tópicos da greve, porém temos diferentes papéis. Vou fazer alerta aos dirigentes que a greve é um direito legítimo, vocês estão fazendo tudo de acordo com a Lei, fizeram assembleia, o movimento está seguindo os passos legais”, afirmou Luciana. 

A secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, destacou que a falta de orçamento na educação federal é uma escolha política que vem sendo implementada desde o governo Temer. “Foram golpes contra sonhos, contra a esperança, contra um projeto de país, que vieram desde a Emenda Constitucional 95”, afirmou. 

“Precisamos acordar com a reitoria uma série de cuidados para que as servidoras e servidores tenham resguardado seu direito à greve, sobretudo os técnicos. Além de lutar contra o corte de ponto, queremos que a negociação seja em cima do trabalho desenvolvido por eles e que eles não tenham que repor as horas não trabalhadas”, informou a sindicalista no início da reunião. 

Vaneide Leite, servidora do campus Recanto das Emas e suplente do Sinasefe Brasília no Consup, reiterou a preocupação dos servidores técnicos com o corte do ponto eletrônico e a necessidade de mobilização. “O movimento grevista não é pra ficar em casa, mas para participar dos movimentos. Temos colegas que estão vindo de outros estados fazendo ações no MEC, na Câmara e nós precisamos fortalecer, precisamos da sensibilidade da reitoria em relação a esta pauta, que é de toda a Instituição. Até quando o nosso Instituto vai sobreviver de emendas parlamentares?”, indagou. 

Negociação 

Embora tenha afirmado que está de acordo com a pauta dos servidores, a reitora destacou que não pode garantir, nesse momento, que não haverá corte de ponto para os que aderirem à greve. Luciana comprometeu-se a analisar acordos já firmados em outros Institutos e o parecer da Assessoria Jurídica Nacional do Sinasefe. 

“A gente vai continuar fazendo discussões, vou analisar a possibilidade de fazer negociação sem corte de ponto. Não vai haver corte a partir de segunda-feira porque estamos no momento de negociação, mas se ficar esclarecido que precisa ser feito o corte de ponto, ele pode ser retroativo, a partir do início da greve”, afirmou a reitora do IFB, que prometeu voltar a se reunir com o comando de greve o mais breve possível para continuar as negociações. 

Avaliação   

Logo após a reunião com a reitoria, o Comando de Greve também se encontrou virtualmente para avaliar o posicionamento da Instituição frente à greve. Para o comando, a atividade foi positiva, com a reitora reconhecendo a legitimidade da greve e apoiando a luta contra os cortes orçamentários. 

Em breve, publicaremos mais informações.

Comando de mobilização cresce e servidores do IFB aprovam indicativo de greve

Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (11), servidoras e servidores do IFB, reunidos por videoconferência, deliberaram pela intensificação da mobilização da categoria em prol da recomposição salarial.

Além desta pauta, que unifica os servidores públicos, assuntos específicos da seção Brasília também foram debatidos, como a falta de orçamento do Instituto, os editais de afastamento por qualificação, formas de dialogar com a comunidade acadêmica sobre o movimento paredista e meios de organização alternativos às paralisações, manifestações e greves. 

Ainda foi deliberado que o Sinasefe Brasília realizará, na próxima semana, mais uma assembleia, desta vez para eleger as delegadas que participarão do 3° Encontro Nacional de Mulheres do Sinasefe, atividade que acontece nos dias 17,18 e 19 de junho em Fortaleza (CE). 

Dimitri Assis, coordenador da Seção Sindical, informou que esteve em reunião no IFB campus Recanto das Emas, e que percebeu muita disposição de luta dos colegas. Além disso, o sindicalista também destacou que lutar pela recomposição salarial não é uma pauta menor do que as outras. “Isso (recomposição) é nossa condição de existência enquanto trabalhadores e trabalhadoras, precisa ser colocado dentro de uma perspectiva maior. A gente tem que investir em continuar as mobilizações. Acho que o encaminhamento é manter o estado de mobilização, pegar o calendário de atividades e paralisar nas datas em que houver manifestações. É a vida do trabalhador o que está em jogo. Do contrário, não vamos gerar caldo político para fazer greve, seja por salário ou por qual motivo for. Se a gente não fizer algo agora, dificilmente no futuro vamos conseguir nos mobilizar”, afirmou. 

Lucas Barbosa, também coordenador do Sinasefe Brasília, lembrou que, embora o valor reivindicado pelas categorias do serviço público seja 19,99%, esse percentual cobre apenas as perdas salariais até dezembro de 2021. “Acho que todo mundo está sentindo no bolso que o nosso salário está virando pó. Ao longo do governo Bolsonaro, a inflação já foi para quase 30% contando só o IPCA. Cabe a nós começar a criar esse clima de mobilização. Se a inflação continuar subindo 2% ao mês até o fim do ano, a gente perdeu boa parte do salário”, afirmou. 

O sindicalista também pediu a ajuda dos servidores que compareceram à assembleia para incorporar o comando de mobilização, avisar o sindicato das reuniões gerais dos campi, conversar com os colegas sobre a necessidade de mobilização.    

Henrique Zanata, secretário de Finanças do Sinasefe Brasília, afirmou acreditar que o governo Bolsonaro não vai conceder nem os 5% de reajuste que foram anunciados na imprensa. O dirigente sindical propôs paralisações pontuais e a aprovação do indicativo de greve para o mês de junho, condicionado à participação de outras seções sindicais e categorias do serviço público. 

Camila Tenório Cunha, secretária de Comunicação da seção sindical também reafirmou a importância das paralisações nas datas em que houver manifestações unificadas, para viabilizar a participação de mais servidoras e servidores. 

Encaminhamentos 

Por fim, a assembleia deliberou pela aprovação do indicativo de greve, ainda sem data definida, pela confecção de materiais de esclarecimento aos servidores e à comunidade acadêmica sobre as reivindicações da categoria. Além disso, haverá uma conversa com a reitoria sobre as mobilizações e paralisações, e outra reunião a respeito dos editais de afastamento por qualificação, visando garantir maior equidade entre as vagas para mestrado, doutorado e pós-doutorado. 

Ainda sobre o movimento paredista, haverá a construção de uma pauta ampla, junto ao comando de mobilização. O Sindicato participará de mais reuniões gerais nos campi e vai articular a luta com outras entidades do serviço público federal. 

É greve | Servidores do IFB cruzam os braços no Dia Nacional de Luta contra a Reforma Administrativa

Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (11) os/as servidores/as do IFB deliberaram, por maioria, pela paralisação das atividades no próximo dia 18/08. O movimento é de todas as esferas do funcionalismo público na luta contra a PEC 32, que trata da Reforma Administrativa e tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. A previsão é de que, até o fim de agosto, a proposta que destrói os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores do setor seja votada na Comissão e encaminhada ao Plenário da Casa. 

“A proposta facilita a contratação de apadrinhados políticos, dificulta a progressão e a estabilidade dos servidores, bem como o concurso público, os aumentos salariais e uma série de direitos adquiridos”, afirmou o coordenador do Sinasefe Brasília, Dimitri Assis. 

O sindicalista ainda afirmou que, embora aqueles que são favoráveis à aprovação da PEC afirmem que a mesma não afetará os servidores que já estão na ativa, isso é uma falácia. 

“A proposta afeta a todos nós, à medida que incorpora a avaliação de desempenho, abre possibilidade de demissão, rasga a Constituição Federal e a Lei 8112. Esse ato nacional contra a PEC 32 foi definido com as centrais e sindicatos do setor público de todas as esferas, federal, estadual e municipal. Outras seções do Sinasefe já fizeram suas assembleias e deliberaram pela paralisação para se somar a esse esforço nacional. Além disso, alguns sindicatos do DF também estão nesse processo de realizar assembleias para deliberar sobre o dia 18”, explicou Dimitri. 

O professor Júlio Mangini afirmou que a greve é a última instância à qual recorrem os trabalhadores, mas que, dado o contexto atual, não existe outro instrumento de luta para demonstrar descontentamento com a série de ataques que a classe trabalhadora enfrenta. “Se a gente tivesse como barrar essa PEC de forma democrática não precisaria chegar a esse ponto. A greve é a manifestação explícita de contrariedade com as medidas deste governo. É  mostrar para a sociedade que estamos contra o que está acontecendo”, pontuou. 

Retorno presencial

Outro ponto debatido durante a assembleia foi a possibilidade de volta às aulas presenciais no IFB. Embora a Instituição ainda não tenha sinalizado uma data para esse retorno, os servidores presentes na assembleia consideraram que, para que haja algum tipo de transição do ensino remoto para o presencial é importante considerar três aspectos. O primeiro deles é a vacinação de toda a comunidade escolar. O segundo, uma melhora significativa nos índices epidemiológicos, ou seja, a redução drástica de contaminações, internações e mortes em virtude da Covid-19. O terceiro fator seria  a garantia de que qualquer retorno não signifique a sobrecarga da atividade docente e técnica. 

A assembleia elegeu ainda, uma delegada e um observador que participarão da 168° Plenária Nacional do Sinasefe, atividade que acontece de forma virtual no dia 28/08. 

URGENTE: Câmara quer obrigar educadores ao retorno presencial sem vacina

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (13), o pedido de urgência para votação do Projeto de Lei 5595/2020, que classifica a educação básica e superior como atividade essencial, obrigando os trabalhadores do setor a retomarem as atividades presenciais no momento mais crítico da crise sanitária. Com a aprovação da urgência, o Projeto pode ser votado a qualquer momento e está em consulta pública. Clique aqui para votar.

Para o coordenador do Sinasefe Brasília, Dimitri Assis, a proposta é um grave ataque aos trabalhadores da educação e não representa de forma alguma uma valorização do setor. “ O PL vem no sentido de forçar os trabalhadores a voltar ao trabalho presencial se expondo a contrair o Coronavírus e consequentemente morrer. Nisso são milhares de profissionais, professores, técnicos, merendeiros, porteiros que estarão sujeitos a isso, fora os estudantes e suas famílias, que estarão sujeitos ao vírus”, alerta. 

Além disso, caso a educação seja enquadrada como serviço essencial, a possibilidade de mobilização e greve se restringe, conforme a Lei 7.783.
“O projeto limita nosso direito de mobilização, pois o serviço essencial num cenário de greve, ou ele não pode parar ou pode parar sob circunstâncias bem específicas que praticamente eliminam o direito de greve. Esse projeto é uma aberração para todos aqueles que defendem a educação e espero que nós consigamos fazer a mobilização necessária para barrar mais esse ataque aos trabalhadores da educação”, afirma Dimitri. 

Para o sindicalista, o deputados deveriam cobrar a vacinação em massa ao invés de tentar obrigar a educação a voltar sem nenhuma segurança. “Os parlamentares governistas da base do genocida Jair Bolsonaro estão querendo nos jogar a nossa própria sorte, ao deus dará dentro das escolas, a gente tem que se opor de todas as formas a esse projeto que é nefasto , criminoso e joga água no moinho do genocídio causado pelo presidente Bolsonaro”, conclui. 

O Presidente da República vetou, em março deste ano, o Projeto de Lei 3477/2020, que assegurava internet gratuita para alunos e professores da rede pública, medida que poderia garantir o ensino remoto de qualidade para milhares de estudantes. Além disso, o orçamento previsto para a educação no ano de 2021, sofreu um corte de 27% em comparação a 2020. 


A autora do PL, Paula Belmonte (Cidadania – DF), defendeu a proposta como uma forma de trazer “protagonismo” para a educação, alegando que muitos alunos estão passando por dificuldades em casa e ignorando o número exorbitante de mortes diárias em virtude da Covid-19.

A deputada, que afirmou ser a falta de alimentação um dos principais problemas do ensino remoto, foi uma das autoras de um projeto de Lei que pleiteia um auxílio emergencial de apenas R$ 300, numa realidade em que o gás de cozinha beira ⅓ desse valor e todos os produtos de alimentação, higiene e limpeza básicos sofrem reajustes brutais.