Sinasefe Brasília participa das mobilizações do Dia Nacional de Luta

Nesta quarta-feira (24), o Brasil inteiro protesta contra a Reforma Administrativa e as demais políticas do governo Bolsonaro que prejudicam sistematicamente a população. Em Brasília, representações sindicais dos servidores públicos realizaram ato político em frente ao ministério da Economia. O Sinasefe Brasília esteve presente na mobilização, que teve por objetivo, além de rechaçar a PEC 32, expor outras reivindicações da população, como a vacinação em massa, geral e irrestrita. Às 19h, haverá um twittaço com a #PECDAGRANADA e às 20h30, um panelaço.
“A ampla unidade em defesa do povo é necessária para derrubar esse governo genocida que precisa ser derrubado para ontem em defesa da vida. Por isso nós defendemos também a vacinação geral e irrestrita, um auxílio emergencial digno que garanta que as pessoas tenham condição de fazer o isolamento, para não correr nessa roleta russa que o povo sai de casa para conseguir o sustento, então o auxílio emergencial de um salário mínimo, no mínimo, é uma exigência nossa, assim como o congelamento dos preços dos alimentos e combustíveis”, explicou o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa, que esteve presente na atividade.
O sindicalista ainda reforçou que esse movimento está sendo construído para defender uma pauta que perpassa as questões corporativas. “É uma pauta em defesa do Brasil, em defesa das Instituições Públicas, porque é só nas Universidades e Institutos Federais que está se produzindo conhecimento, que há a produção de máscaras, de respiradores mais baratos, é o professor e o técnico administrativo que está trabalhando dobrado para garantir uma educação de qualidade”, afirmou.
Em relação à Reforma Administrativa, Lucas acredita que para o governo, a contribuição dos servidores públicos não é válida. “Ele quer acabar com os nossos salários, com nossos direitos, com as Instituições através dos cortes orçamentários, com a verba destinada a pesquisa, a assistência estudantil. Acima de tudo é um governo que nos persegue, aos professores das Universidades e IF’s que estão recebendo processos e estão sendo intimados. Por fim, temos que caminhar para mais dias de mobilização, de enfrentamento, de colagem de cartaz, de twittaço, de pressão no Congresso, e precisamos encaminhar uma greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras para derrubar esse governo genocida. Fora, Bolsonaro!”, conclui o coordenador do Sinasefe Brasília.
Dezenas de entidades sindicais de todo o país realizam atividades na data de hoje. Paralisações, carreatas, protestos, aulas públicas, campanhas virtuais e twittaços estão sendo realizados ao longo do dia.

Candidatos a representação docente no Consup participam de roda de conversa do Sindicato

O Sinasefe Brasília realizou, na noite desta sexta-feira (05), a segunda roda de conversa, dessa vez com os candidatos à representação docente no Conselho Superior. Em virtude da pandemia, o processo eleitoral contou com menos tempo de campanha e divulgação. Ao mesmo tempo, mais servidores se candidataram a conselheiros.
Lucas Barbosa, coordenador da seção sindical, explicou que nenhuma candidata ou candidato foi convidado diretamente para participar da atividade, que aconteceu virtualmente, por meio do aplicativo Google Meet. “Nós divulgamos amplamente nas redes, tomamos essa iniciativa de fomentar o debate porque o prazo foi muito rápido, praticamente uma semana de campanha”, explicou.
Assim como na atividade anterior, cada candidato teve a oportunidade de apresentar-se e em seguida foi aberto o debate com perguntas e respostas.
O primeiro candidato a se apresentar foi o professor Luciano Andrade, que está a onze anos no IFB e atualmente é docente do campus Ceilândia. O servidor destacou que a experiência acumulada ao longo desse período foi primordial para que ele entendesse as demandas da categoria e se colocasse à disposição para representar a categoria no Conselho Superior.
O candidato destacou a necessidade de aprimorar os sistemas do Instituto: “O professor perde muito tempo nisso (sistemas), e esse tempo não é contabilizado. É necessário valorizar as atividades docentes”. Luciano também defendeu que é necessário que a categoria se aproxime e que as normas da Instituição possam refletir o trabalho dos docentes.
Outro candidato que também criticou os sistemas que atualmente são utilizados pelo Instituto, foi o professor Francisco Nunes, do campus Taguatinga. “A gente tem que fazer um controle quase manual do que está acontecendo”, afirmou.
O docente, que atualmente é coordenador de curso, afirmou que muitas das demandas da categoria não são representadas no Conselho Superior. “Existe uma lacuna de comunicação, a gente sabe que tem representantes mas tem uma distância. Eu sei que as reuniões são gravadas mas são três horas, a gente precisa de uma resposta mais direta. Falta um contato mais próximo entre os representantes e as categorias. Precisamos defender nossos interesses, as cargas horárias de ensino, pesquisa e extensão. Agora temos uma portaria do MEC que aumenta para quatorze horas a carga horária mínima dos docentes, precisamos que seja modificada a nossa resolução 31, e precisamos ter cuidado em como vai ser feito esse debate. Somos onze campi com realidades muito diferentes”, destacou Francisco.
Ana Paula Jacques, professora do curso de gastronomia do campus Riacho Fundo, agradeceu ao Sinasefe Brasília pela oportunidade de debater sobre sua candidatura ao Conselho Superior. “É uma forma de fortalecer o nosso processo eleitoral que foi prejudicado por causa da pandemia”. A servidora, que ingressou no Instituto em 2016, destacou que sempre buscou construir uma trajetória participativa nos espaços de atuação que integrou. “Ao longo da minha candidatura, busquei ouvir colegas docentes e entendo que grande parte dos anseios da categoria são comuns, como mais transparência, fortalecimento da comunicação, retorno das decisões e das pautas tratadas pelo Conselho. Se eu for escolhida para atuar como representante, vou buscar o aperfeiçoamento dessas pautas e discussão de maneira democrática do nosso processo educativo nessa prolongada crise e nesse cenário de mudanças”, afirmou Ana Paula.
A professora Eneida Brites, do campus Estrutural, destacou o amadurecimento do processo eleitoral para o Conselho Superior. “Pela primeira vez, temos 15 candidatos concorrendo a essa representação”, observou a docente, que está a dez anos no IFB. Eneida atuou na pró-reitoria de extensão durante quatro anos, e afirma que essa experiência fez com que ela conhecesse muito a Instituição. “Sinto que a gente está afastado do Conselho Superior, não conseguimos ter os feedbacks das decisões. Isso fez com que eu me colocasse nessa posição enquanto candidata. Falta estreitamento nessas tomadas de decisão e isso reflete no nosso trabalho. Me comprometo a representar todos os docentes em constante parceria, com democracia e transparência”, afirmou a candidata.
Júlia Neves, do campus Planaltina, explicou que a sua candidatura visa um mandato coletivo, com representações de todos os campi do IFB. Para isso, a servidora afirma que seu principal objetivo é fortalecer a articulação docente. “ Com o tempo fomos nos minguando e aceitando as normas. Quando começamos a perceber professores ficando doentes, técnicos ficando doentes e estudantes ídem, vimos que alguma coisa está errada em nossa Instituição. Por isso, minha principal missão é fortalecer a articulação docente e construir um mandato com representantes de outros campi atuando junto com a gente. Pretendemos construir um coletivo docente que vai discutir as propostas, elaborar pareceres e eu vou representar as ideias em nome desse grupo que foi consultado anteriormente. Não tem como discutir qualidade de vida e de trabalho se deixamos os outros decidirem por nós, a nossa proposição não é batalhar só pelos mas pelo IFB por inteiro”, afirmou a candidata.
O professor Lucas Lira, do campus Samambaia, destacou a situação política que os servidores enfrentam nos dias atuais, com constantes ataques aos direitos duramente conquistados. O candidato afirmou que esse é o momento de se posicionar e mostrar o valor dos servidores e serviços públicos. “Nunca imaginei ser servidor público, por força do acaso acabei entrando no IFB em 2014 e acabei me apaixonando pelo serviço público. Acabei me envolvendo com tudo o que podia pelo prazer de contribuir e construir melhorias”.
Lucas destacou que é necessário criar rotinas de comunicação e que, além de docente, é membro da comunidade do IFB. “Escutar e representar a todos, é isso que me proponho”, concluiu.
Apesar da roda de conversa ter sido destinada aos docentes, Lauanda Costa, candidata a representação dos técnicos no Conselho Superior, participou da atividade porque não teve oportunidade de estar presente no debate anterior. A servidora, que está a seis anos no IFB, afirmou que conheceu a capital federal por meio de seu trabalho como intérprete de Libras, pois passou por vários campi do IFB.
“Ao longo desse período a gente teve alguns embates e o sindicato foi fundamental. A minha candidatura é muito voltada para a questão do pertencimento, quando entrei não me senti pertencente a essa Instituição. A gente estava construindo muitos embates sempre com apoio do sindicato e assim fomos tomando espaços. Por passar em todos os campi pude ver a realidade de cada um. Precisamos nos apoiar, precisamos um do outro”, afirmou Lauanda. A candidata destacou que um dos seus eixos de campanha é discutir a acessibilidade de todas as formas dentro do IFB.
Além da apresentação de propostas e candidatos, a atividade contou com debate sobre ponto eletrônico para docentes, ensino remoto, transparência nas decisões do Conselho Superior, dentre outros temas. As eleições para representantes do Consup acontecem na próxima segunda-feira (08).

Eleições sindicais: Chapa eleita toma posse nesta segunda-feira (08)

A nova diretoria que coordenará os trabalhos do Sinasefe – Seção Sindical Brasília no próximo período, foi eleita nessa quinta-feira (04) com 96,8% dos votos. O pleito eleitoral foi realizado virtualmente, e contou com a participação de 63 servidores sindicalizados.

Na próxima segunda-feira, a chapa “Organizar, Lutar e (R)existir”, toma posse por videoconferência. O horário da cerimônia ainda será definido.

Vaneide Leitte, membro da comissão eleitoral, divulgou o resultado do processo durante a assembleia que aconteceu na noite de ontem. A servidora afirmou que foi muito gratificante trabalhar na comissão e perceber o interesse das pessoas pelo Sindicato.

“Quando a gente começou a espalhar o link das eleições percebemos que muitos colegas queriam saber quem estava na chapa e isso é muito bom porque às vezes a gente acha que as pessoas não estão preocupadas com tudo o que está acontecendo, com a situação do coletivo dos servidores do IFB. Foi muito bom participar e contribuir com esse processo”, afirmou Vaneide. 

Organizar, Lutar e (R)existir 

Confira os membros da chapa eleita para conduzir os trabalhos da seção sindical no período de 2021 e 2022: 

Diretoria 

CargoServidor/a
Coordenação geralRepresentante dos/as docentesLucas Barbosa de Melo (Docente CTAG)
Representante dos/as técnicosDimitri Assis Silveira (Docente CSSB)
Secretaria geralElizabeth Leandro (TAE CREM)
TesourariaHenrique Rennó Zanata (Docente CSSB)
Secretaria de política e formação sindicalMaria del Pilar Tobar Acosta (Docente CSSB)
Secretaria de imprensa e divulgaçãoCamila Tenório Cunha (Docente CSSB)
Secretaria de assuntos legislativos e jurídicosDanielle Valverde (TAE CSSB)

Plano de trabalho 

A coordenação eleita elaborou um plano de trabalho com diretrizes para o mandato que se inicia. O documento é baseado nos eixos a seguir: 

  • Condições dignas de trabalho – salubridade; sem vacina, sem retorno; contra o ponto eletrônico; enfrentamento aos assédios; 
  • Defesa dos direitos adquiridos – contra cortes
  • Defesa dos direitos dos/das terceirizados/as
  • Defesa Direitos das mulheres – mães trabalhadoras; enfrentamento aos assédios; formação lideranças femininas 
  • Regulação do teletrabalho – recursos materiais, tempos de trabalho, celulares e equipamentos institucionais; 
  • Formação política – formação lideranças femininas/feministas; formação de delegados/as sindicais; formação em comunicação Advocacy Journalism, formação redes sociais, internet; letramento comunitário/trabalho de base
  • Defesa e fortalecimento do SINASEFE – banca de filiação nos encontros unificados; nas posses coletivas; aumento do número e da participação dos/as sindicalizados/as; representação e legitimidade da entidade de classe
  • Aprimoramento e fortalecimento das redes de Comunicação – com servidores/as (docentes, TAE e terceirizados/as); com discentes; com comunidade (letramento comunitário); com sindicatos da educação (SINPRO DF, ADUNB, ANDES, SINASEFE Colégio Militar, entorno, entre outros);
  • Defesa e fortalecimento das lutas da classe trabalhadora articuladas – ação regional, nacional e internacional; internacionalismo sindical 
  • Lutar pela contratação de novos servidores 
  • Lutar pela democratização do IFB

Em breve divulgaremos mais informações sobre a cerimônia de posse.

Sinasefe Brasília e outras entidades convocam ato contra a reforma administrativa

Na próxima segunda-feira (1°), uma série de organizações trabalhistas realizam uma carreata contra a Reforma Administrativa em Brasília. A concentração começa às 12h, na praça do Buriti. Em seguida, os manifestantes realizam o percurso até o anexo II da Câmara dos Deputados, onde o ato se encerra, às 14h. 

O projeto da Reforma Administrativa, que está em pauta na Casa, ameaça conquistas históricas dos servidores públicos, como a estabilidade. Além disso, a proposta também compromete a prestação de serviços para a população, uma vez que precariza e enfraquece as instituições públicas, além de abrir espaço para perseguição política e assédio moral dentro do funcionalismo. 

“Alô servidor e servidora do Instituto Federal de Brasília, tenho um convite importantíssimo para fazer. Teremos um ato contra a reforma administrativa.  Esse ato é importante para tentar barrar mais essa monstruosidade feita pelo desgoverno Bolsonaro. Já sofremos com a Emenda Constitucional 95, do teto de gastos, a reforma trabalhista, a reforma da Previdência que praticamente acaba com  o direito de milhões de brasileiros de se aposentarem é agora temos a reforma administrativa, que se passar significa o fim do serviço público”, explica o professor Dimitri Assis, do campus São Sebastião. 

“Acabaram com a estabilidade abrindo brechas para o favorecimento de apadrinhados, rachadinhas e funcionários fantasmas, ou seja, acaba com a independência dos servidores perante os governos de plantão. Não deixe que mais esse ataque aos servidores públicos e a sociedade passe. Sua presença é bastante importante para esse ato que vai marcar a retomada da mobilização dos servidores e servidoras para combater esse nefasto governo de Jair Messias Bolsonaro. Até segunda-feira, vamos à luta, companheirada”, convoca Dimitri. 

Sem vacina, sem retorno: Sinasefe não aceita volta às aulas em plena pandemia

Imagem: Veja

Como é comum na apresentação de medidas impopulares, no apagar das luzes de 2020 para 2021, o ministério da Educação publicou a portaria n° 1096, prevendo a retomada das aulas presenciais para o dia 1° de março, além de revogar, a partir da mesma data, a portaria n°617/20, que orienta as atividades remotas na Rede Federal. Ao invés de preocupar-se em garantir a vacinação de todas e todos em tempo hábil, o governo se ocupa em obrigar o retorno sem nenhuma garantia e segurança para estudantes e servidores.
Além do grande risco de contaminação em sala de aula, o retorno das atividades expõe a comunidade da rede e seus familiares aos riscos do transporte público, à possibilidade de enorme evasão e aumenta a circulação de pessoas nas ruas, e por conseguinte, do vírus, indo na contra mão de todos os países que controlaram a pandemia.
O Sinasefe Nacional já aprovou, em julho do ano passado, a deflagração de uma greve sanitária em defesa da vida caso houvesse retorno presencial sem segurança. A seção Brasília reitera que continuará em luta para que só haja retorno após a vacinação dos servidores e estudantes. Acreditamos e defendemos que as vidas estão acima de todo e qualquer atraso no calendário acadêmico e não podemos ignorar os enormes estragos que essa pandemia vem causando em nosso país justamente pelo despreparo das lideranças, que desampararam a população e permitiram as mais de 200 mil mortes que hoje enlutam e envergonham os brasileiros.

Com informações de Sinasefe Nacional.

A vida em tempos de pandemia

No campus em que trabalho os pedagogos e gestores fizeram uma pesquisa com pequeno percentual de alunos por turma. O questionário foi ofertado para todas as turmas, todavia, em cada uma delas, apenas um pequeno número de estudantes respondeu.
Este pequeno percentual representa bem a parcela que consegue de fato acompanhar as aulas síncronas de português, matemática, química, física…
Nas respostas algo que já sabíamos conversando (por aplicativo de celular) com alguns alunos: por estarem em casa eles ajudam a olhar os irmãos menores, limpam casa, fazem comida, enfim, no espaço escolar estavam poupados de trabalho doméstico, no lar não estão.
E se o trabalho dentro é muito, não está errado ajudar aos pais, com coisas para lavar sempre que chegamos da rua, com irmãos menores estressados das quatro paredes, pais também com trabalho remoto ou trabalhando fora e deixando os menores sozinhos com os maiores…
O que está errado é ignorar duas coisas: este aprendizado de ajudar e de tudo o que estamos fazendo agora, da importância inclusive, das ciências, já é imenso, eles não precisariam estar preocupados com o tempo de assistir as aulas de física, química, etc.
Seria o momento da escola estar ali em projetos leves, uma aula síncrona por semana com tema qualidade de vida, saúde mental…etc.. Outra semana o tema água… Apenas para mantermos vínculo com alunos, apenas para tratarmos do essencial…
Seria tempo de ENEM e todos os vestibulares cancelados, pois pesquisas já indicam que teremos uma desigualdade imensa neste exame que se aproxima exatamente porque muitos estudantes moram em locais onde sequer pega plano de dados nos celulares.
No caso do IFB, onde trabalho, temos 82% de alunos de baixa renda, o que significa esta realidade descrita de jovens sobrecarregados.
Tenho uma turma (entre 9 de Ensino Médio Integrado ao Técnico ) que possui 49 alunos, destes recebo logo as redações de 4 alunos, os demais entregam lentamente. Por achar tudo muito errado não coloco prazos para entrega, e, por WhatsApp vou lembrando das tarefas.
Com ensino superior não tem jeito, preciso fazer aula síncrona, mas eles não possuem aulas síncronas de química, física, matemática…Todavia, do mesmo modo, não fecho as atividades e deixo entregarem quando podem, pois, do mesmo modo, todos estão sobrecarregados, com excesso de tarefas.
Outra estratégia que adoto para diminuir a sobrecarga emocional dos alunos é instituir um novo zero que se chama nota seis. Todos já sabem que seis é meu novo zero, ao contrário do que pensam, a maioria não quer apenas tirar seis, eles correm para entregar a atividade mesmo assim, porque já sabem que seis significa zero… Contudo, aqueles que estão sobrecarregados não se sentem pressionados porque sabem que pelo menos não reprovarão em uma disciplina.
Também tenho aceitado trabalhos, redações, áudios e/ou vídeos por aplicativo de celular.
Uma colega que trabalha com superior em outro campus chorou outro dia contando sobre uma aluna que perdeu a mãe, porém, precisava entregar todas as avaliações no prazo, como se a vida seguisse normal.
A vida não está normal, se o educador ignorar isso perderemos a chance de crescermos todos nestes tempos de anomalia.
Tempos agravados por governo genocida, que desde o início foi negacionista e como quem nega as ciências não investiu em Educação, Ciências e Pesquisa. Educação e pesquisa que nos salvaria, porque vírus se combate com isso e não armas e ódio.
Quem está fechando os olhos para o que significou esta pandemia em seus aspectos afetivos e emocionais, está também fechando os olhos para mais de duzentas mil famílias em luto, para famílias sobrecarregadas, desgastadas, tristes.
As inovações precisam vir de olhares humanos, empatia também, além de percebermos que uma nota para um aluno sem pressão pode significar um jovem sem síndrome de pânico (conversando com uma aluna do superior em letras soube que muitos ficaram assim e/ou depressivos na pandemia, depois que as aulas remotas começaram!).
As aulas remotas no IFB começaram de modo atropelado, o representante dos docentes no CONSUP usou a palavra “golpe” para descrever como de repente eles aprovaram, em reunião, o ensino remoto. Não tivemos tempo de nos preparar coletivamente e a consequência foi esta: alunos com depressão, síndrome do pânico, tendo que lidar com a sobrecarga física e emocional, porque, sem adaptação correta, muitos docentes de disciplinas mais duras apenas reproduziram – atrás da tela – as suas aulas não remotas… Os prazos e provas foram similares, causando uma fadiga mental nos alunos.
Precisamos aprender com os erros, desde cuidado para que os CONSUP’s da vida funcionem de modo mais democrático com suas comunidades, até o olhar sensível para estes alunos que sofrem, sobrecarregados.
A luta coletiva precisa estar mais atenta ainda aos processos humanizados de cuidado, temos que levar a lição da democracia, da sensibilidade, humanismo, até a importância do conhecimento, não de meros conteúdos, porém, de conhecimento capaz de transformar.
Se perdermos estas lições essenciais, perderemos o bonde da história.

Camila Tenório Cunha
Coordenadora do Sinasefe- Seção Brasília.
Professora de Educação Física do IFB,
Graduada em Licenciatura em Educação Física na UNICAMP
Mestrado em Educação na UNICAMP.

Eleições: Seção Brasília deve eleger nova diretoria em fevereiro

Em assembleia realizada nesta quarta-feira (16), por videoconferência, os servidores deliberaram, por unanimidade, pela prorrogação do mandato da atual diretoria até o dia 30/06/2021, sendo que, assim que estiver concluído o processo eleitoral, a nova direção será empossada imediatamente.

De acordo com o calendário apresentado pela comissão eleitoral, as eleições para nova diretoria devem acontecer em fevereiro do próximo ano. A dilatação do tempo de mandato até o mês de junho foi proposta para que haja segurança de que a seção não fique sem representação sindical enquanto não houverem eleições e para que a nova diretoria tenha tempo para organizar-se em questões burocráticas e financeiras quando for empossada. 

Além disso, também foi acordado que as eleições vão acontecer por meio de um formulário do Google, que será disponibilizado aos servidores filiados e ficará aberto na data das eleições. Ao fim desse dia, haverá uma assembleia onde será divulgado o resultado do pleito eleitoral e a nova diretoria será empossada. 

A representatividade do Sinasefe no Conselho Superior (Consup) também foi debatida na assembleia. Embora a pauta não estivesse prevista, foi incluída pelos servidores no início da reunião. Marco Antônio Vezzani, professor do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC e Conselheiro pelo Sinasefe, destacou a importância de renovar a representação sindical no Conselho e continuar levando a pauta dos servidores do IFB a essa instância. Apesar do Sindicato ter essa representatividade no Conselho, havia o entendimento de que o membro do Sinasefe a ocupar essa cadeira não poderia ser um servidor do IFB. Ao longo da assembleia e após analisar o regimento do Consup, os participantes deliberaram por indicar dois servidores da seção Brasília para ocupar esse espaço durante os próximos anos. Vaneide Leite, do campus Recanto das Emas, e Paulo Cabral, do campus Planaltina, foram escolhidos para ser indicados a conselheiros pelo Sindicato, tendo em vista a paridade entre homens e mulheres e entre técnicos e docentes. “Nunca concordei que o Sinasefe seja representado por alguém que não seja do IFB. Acho que não é porque alguma coisa e de uma forma que essa coisa não pode se transformar, a gente tem que mudar, lutamos todos os dias para mudar a realidade que nos cerca, e a nossa representatividade no Conselho não pode ser uma exceção”, destacou Camila Tenório Cunha, dirigente do Sinasefe Brasília.  

Nos próximos dias, a diretoria da seção sindical realiza os trâmites burocráticos para prorrogação do mandato e a comissão eleitoral continua o trabalho de organização do processo que vai eleger os novos coordenadores do Sindicato. 

Jornada Nacional de Lutas se encerra com uma carreata em Brasília

“A educação não se vende, se defende”. Essa era uma das faixas que se destacaram durante a manifestação que aconteceu na manhã desta quinta-feira (10), quando representantes de entidades estudantis, trabalhistas e movimentos sociais realizaram uma carreata que saiu do Palácio do Buriti e seguiu até a Praça dos Três Poderes. A atividade encerra a semana nacional de lutas contra a Reforma Administrativa, por democracia nas Instituições Federais de Ensino (IFES) e pela manutenção do auxílio emergencial.
“Foram várias entidades reunidas contra essa Reforma, que na verdade vai prejudicar a população, sobretudo a mais vulnerável, que precisa desses serviços. Se lutamos por um Estado de direitos, garantias e qualidade de vida para todos, precisamos de um serviço público de qualidade”, afirma a coordenadora do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, que esteve presente na atividade.
Além das faixas, cartazes e palavras de ordem, a manifestação contou com uma apresentação teatral, onde era explicado como o governo Bolsonaro avança em uma necropolítica que desfavorece a população ao desmontar os serviços públicos essenciais, que garantem a vida, a saúde, e a educação de milhares de brasileiras e brasileiros.
“Durante essa semana realizamos uma série de atividades em Brasília para defender os serviços públicos e a democracia das nossas Instituições. Na quarta-feira (09), fomos para a porta do MEC para exigir que o ministro nos recebesse, mas ele tem medo dos estudantes, tem medo da democracia e tem medo dos reitores que foram eleitos e representam a voz da sua comunidade. Hoje (10), a gente encerrou as nossas atividades com uma carreata que saiu do Palácio do Buriti e veio até o Congresso Nacional, encerramos nosso ato na Praça dos três Poderes para dizer não à reforma administrativa é às intervenções autoritárias, golpistas do Bolsonaro nas Universidades e Institutos Federais, para defender o direito à vida, a educação, a ciência, a pesquisa, os direito do povo. A nossa luta está só começando”, explicou o coordenador geral da Fenet, Caio Sad.
Após um momento de falas e exibição de cartazes em frente ao Palácio do Planalto, a atividade se encerrou e contou com manifestações de apoio dos carros que passavam pela Esplanada.

MEC quer obrigar retorno presencial sem vacina

A portaria n°1030, publicada nesta quarta-feira (02), impõe que as Instituições Federais de Ensino (IFES) retornem às atividades presenciais em pouco menos de um mês, no dia 4 de janeiro de 2021. Ignorando o cenário de pandemia em que o país se encontra, com mais de 170 mil óbitos e 697 mortes registradas ontem, o governo mais uma vez sinaliza uma total falta de compromisso com a sociedade. 

“No Brasil, estamos emendando a segunda onda de contaminações com a primeira. Segundo a Organização Mundial de Saúde ( OMS), a abertura e funcionamento seguro de instituições de ensino, só poderia acontecer em um cenário de redução significativa da curva de contágio, o que não está acontecendo no nosso país. Nesse panorama, essa portaria não tem nenhum cabimento”, explica a coordenadora do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha. 

A portaria ainda coloca na responsabilidade das IFES a disponibilização de recursos para que os protocolos de segurança sejam seguidos com o retorno presencial, em um momento em que as Instituições enfrentam uma previsão de corte de 1,8 bilhão de reais no orçamento do próximo ano. 

Resistência 

Após uma série de críticas, o governo decidiu revogar a portaria. De acordo com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, será realizada uma consulta pública sobre o tema. “O fato do governo ter, nesse primeiro momento, voltado atrás, não deve nos tranquilizar, pelo contrário. Se o ministério já demonstrou disposição em impor o retorno presencial antes de oferecer vacina para a população, devemos nos manter alertas e mobilizados para deflagrar uma greve geral caso haja uma nova iniciativa nesse sentido”, afirma Camila Tenório Cunha. 

Em julho de 2020, o Sinasefe aprovou em plenária nacional a deflagração de greve sanitária em defesa da vida, diante de qualquer retorno presencial. 
A reitora do IFB, Luciana Massukato, também lançou uma nota afirmando que a referida portaria é “inadequada e inoportuna, pois, além de ferir a autonomia das instituições, desconsidera o aumento significativo de casos de covid-19 no país, de internações hospitalares decorrentes da doença e da ausência efetiva da vacina”. 

O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), também divulgou uma nota contra o retorno presencial. “Voltar às aulas presenciais, de forma precipitada como disposto na Portaria, seria uma irresponsabilidade com os nossos mais de um milhão de estudantes e 80 mil servidores”, afirma um trecho do documento, que pode ser lido integralmente aqui.