Acordo | Negociação com reitoria do IFB é vitoriosa, não haverá corte de ponto

Na manhã desta quarta-feira (13), o Sinasefe Brasília participou de mais uma reunião com a reitoria para tratar da greve dos servidores. Desta vez, foi assinado o acordo de reposição dos dias não trabalhados para os docentes e técnicos do Instituto que aderiram ao movimento paredista. Um dos principais ganhos,  fruto do diálogo entre servidores e reitoria, foi um termo que não prevê corte de ponto para nenhum trabalhador. 

Nos próximos 15 dias, o Sindicato vai realizar um levantamento do número de pessoas que aderiu ao movimento paredista, que será encaminhado à reitoria. A partir disso, será realizado um plano de reposição com as chefias imediatas e coordenações de curso, que poderá contemplar uma série de atividades, tanto para  docentes quanto para técnicos. 

“De maneira geral o acordo foi muito bom, contemplou tudo o que foi discutido e que  era angústia dos servidores. A reitoria teve sensibilidade em ouvir o que a gente levou, conseguimos subir a carga horária de reposição em cursos para 40% das horas não trabalhadas no caso da reposição dos técnicos, por exemplo”, explica a secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha. 

Quanto ao projeto integrador, um dos pontos de reposição previstos no acordo, Camila afirma que os docentes podem se reunir e criar esse evento e que tanto professores quanto técnicos podem utilizar horas de trabalho em atividades como os JIFS e o Conecta. 

“Não conseguimos nosso reajuste, já sabemos que não há negociação com esse governo, mas tivemos um ganho político muito grande, o aumento de pressão quanto ao orçamento, e a certeza, principalmente para a categoria de saber que podemos continuar nos mobilizando pelo que a gente acredita ser uma educação de qualidade”, afirmou a sindicalista. 

Dimitri Assis Silveira, coordenador geral do Sinasefe Brasília, concorda com Camila. “ É uma vitória da nossa categoria,  pois mostra que a luta conquista e nesse caso, esse acordo significa e aponta para os servidores mais tranquilidade para qualquer outra paralisação e movimento de greve, pois indica que a reitoria tem disposição em dialogar mas sobretudo que o sindicato e o comando de greve conseguem conduzir a luta de forma a conquistar seus objetivos. Em próximas atividades,  a categoria estará mais tranquila em aderir ao movimento sem o receio de ter seu direito de greve pisoteado com corte de ponto e consequentemente de salário. Isso é um ganho enorme, sobretudo para os técnicos poderem participar mais ativamente do conjunto de ações do sindicato”, afirmou. 

Dimitri também relembrou que as negociações se iniciaram antes mesmo do  início da greve e continuaram ao longo do movimento, sempre com o canal de diálogo aberto entre sindicato, comando de greve e reitoria. Para o dirigente, o acordo é importante porque mostra a organização da categoria para negociar e  fazer a mobilizações de forma dialogada com a sociedade sobre a importância da pauta de recomposição salarial e do orçamento do IFB. 

“Revertemos a maré de apatia que reinava na nossa Instituição”, afirmou o coordenador do Sinasefe Brasília

Deflagrada no dia 22/06, a greve dos servidores do IFB termina na próxima segunda-feira (11). A decisão foi aprovada por ampla maioria durante assembleia realizada nesta sexta-feira (08). No decorrer do período em que a categoria participou do movimento paredista, aconteceram várias atividades nos campi e nas ruas, como rodas de conversa, panfletagem, atividades culturais, conscientização da população e uma série de outros eventos em defesa da educação. Essa agenda de mobilização será mantida mesmo com o fim da greve. 

A maior parte dos servidores e das servidoras presentes na assembleia avaliaram o movimento paredista como positivo, sobretudo pelo envolvimento da categoria. “Juntos, realizamos uma belíssima mobilização, conseguimos construir uma vitória sem precedentes, revertemos a maré de apatia que reinava na nossa Instituição. Que esse movimento possa ser o começo de uma mobilização permanente em defesa do IFB”, afirmou o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa. 

A percepção foi compartilhada por Dimitri Assis Silveira, também coordenador da Seção Brasília.  “Conseguimos chacoalhar o IFB”, afirmou o dirigente. “Foram criados vários grupos, coletivos, tivemos novas filiações e isso é muito importante para que possamos continuar a luta. Agora, vamos eleger os delegados sindicais, que são uma ponte entre a diretoria e a base. Quem sabe, nas próximas eleições sindicais, vamos conseguir ter mais de uma chapa concorrendo à diretoria”, completou.

Também houve a retomada de Centros Acadêmicos e Grêmios Estudantis, a partir da mobilização das servidoras e servidores do IFB. 

Os deputados federais Érika Kokay e Professor Israel prestigiaram a assembleia e dispuseram os mandatos à disposição das trabalhadoras e trabalhadores do IFB. “Presto minha solidariedade a este movimento dos servidores. Hoje temos um governo que não tem qualquer tipo de pudor ou modéstia de expressar lógica fascista e contra a educação, fortalecimento da educação”, afirmou a parlamentar, que também destacou a importância da defesa dos Institutos Federais. 

Negociação de compensação 

Dimitri Assis Silveira informou sobre a última reunião de negociação com a reitoria do IFB, onde a reitora demonstrou disposição de não realizar o corte de ponto. A proposta dos servidores, que voltará a ser discutida com a reitoria na próxima semana, prevê a compensação para os docentes por meio de atividades coletivas integradas ou  por atividades EaD em que os PPC contemplam essa possibilidade. Para os técnicos, a reposição não das horas trabalhadas, mas do serviço ou apresentação de participação em cursos. O prazo para essa reposição será, caso a reitoria aceite, até o fim do calendário letivo, ou seja, fevereiro de 2023. 

Encontro Nacional de Mulheres 

A assembleia também deliberou pela participação de todas as  seis servidoras sindicalizadas que manifestaram interesse em estar na atividade. 

Greve dos servidores do IFB é legal e legítima, afirma reitora

Em reunião que aconteceu na manhã desta sexta-feira (24) entre o Comando de Greve e a reitoria do IFB,  Luciana Massukado, reitora da Instituição, se comprometeu a dialogar com os diretores reafirmando a legalidade e legitimidade da greve dos servidores aprovada na última quarta-feira (22). 

“Essa gestão está do mesmo lado na luta dos dois tópicos da greve, porém temos diferentes papéis. Vou fazer alerta aos dirigentes que a greve é um direito legítimo, vocês estão fazendo tudo de acordo com a Lei, fizeram assembleia, o movimento está seguindo os passos legais”, afirmou Luciana. 

A secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, destacou que a falta de orçamento na educação federal é uma escolha política que vem sendo implementada desde o governo Temer. “Foram golpes contra sonhos, contra a esperança, contra um projeto de país, que vieram desde a Emenda Constitucional 95”, afirmou. 

“Precisamos acordar com a reitoria uma série de cuidados para que as servidoras e servidores tenham resguardado seu direito à greve, sobretudo os técnicos. Além de lutar contra o corte de ponto, queremos que a negociação seja em cima do trabalho desenvolvido por eles e que eles não tenham que repor as horas não trabalhadas”, informou a sindicalista no início da reunião. 

Vaneide Leite, servidora do campus Recanto das Emas e suplente do Sinasefe Brasília no Consup, reiterou a preocupação dos servidores técnicos com o corte do ponto eletrônico e a necessidade de mobilização. “O movimento grevista não é pra ficar em casa, mas para participar dos movimentos. Temos colegas que estão vindo de outros estados fazendo ações no MEC, na Câmara e nós precisamos fortalecer, precisamos da sensibilidade da reitoria em relação a esta pauta, que é de toda a Instituição. Até quando o nosso Instituto vai sobreviver de emendas parlamentares?”, indagou. 

Negociação 

Embora tenha afirmado que está de acordo com a pauta dos servidores, a reitora destacou que não pode garantir, nesse momento, que não haverá corte de ponto para os que aderirem à greve. Luciana comprometeu-se a analisar acordos já firmados em outros Institutos e o parecer da Assessoria Jurídica Nacional do Sinasefe. 

“A gente vai continuar fazendo discussões, vou analisar a possibilidade de fazer negociação sem corte de ponto. Não vai haver corte a partir de segunda-feira porque estamos no momento de negociação, mas se ficar esclarecido que precisa ser feito o corte de ponto, ele pode ser retroativo, a partir do início da greve”, afirmou a reitora do IFB, que prometeu voltar a se reunir com o comando de greve o mais breve possível para continuar as negociações. 

Avaliação   

Logo após a reunião com a reitoria, o Comando de Greve também se encontrou virtualmente para avaliar o posicionamento da Instituição frente à greve. Para o comando, a atividade foi positiva, com a reitora reconhecendo a legitimidade da greve e apoiando a luta contra os cortes orçamentários. 

Em breve, publicaremos mais informações.

É GREVE | Servidores do IFB deliberam pela participação no movimento paredista nacional

Na tarde desta quarta-feira (22), servidores dos 10 campi e da reitoria do IFB definiram adesão ao movimento nacional de greve contra os cortes no orçamento da educação federal, pela recomposição salarial da categoria e em defesa dos Institutos Federais, duramente atacados no governo Bolsonaro. 

A greve, que começa na próxima segunda-feira (27), será acompanhada por uma série de ações de mobilização dentro e fora dos campi, como a conscientização da comunidade acadêmica, participação em atos e protestos em Brasília, reunião com a reitoria para tratar da greve, dentre outras atividades. Nesta quinta-feira (23), às 10h, os servidores vão se somar ao ato da Funai, que exige justiça pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista Dom Phillips, assassinados na região amazônica e difamados pelo atual presidente da Fundação, Marcelo Xavier. 

Além das servidoras e servidores do IFB, estiveram presentes na assembleia estudantes e membros da Direção Nacional do Sinasefe, que reforçaram a plenária nacional do dia 29 e as atividades de mobilização que vão acontecer em Brasília, na semana do dia 4 a 7 de julho. Na discussão, que aconteceu em formato híbrido, todos os servidores que se manifestaram concordaram que não faltam motivos para a categoria se mobilizar, uma vez que além das perdas salariais, os Institutos Federais sofrem com sucessivos cortes orçamentários, que prejudicam os estudantes, os terceirizados e todo o funcionamento da Instituição. Alguns campi participaram, por videoconferência, reunidos em seus auditórios. A única discordância nas falas foi sobre a melhor forma de encaminhar a mobilização tendo em vista que o governo federal, além das mentiras e do descaso com o qual trata os servidores e serviços públicos, também é considerado pela categoria uma ameaça. 

Apesar dos temores e das diferentes ideias sobre como lutar pela educação federal e pelos direitos dos trabalhadores e estudantes, a proposta de unir forças com a mobilização nacional e iniciar o movimento paredista no IFB venceu. A decisão da assembleia já foi comunicada à reitoria e às direções do Instituto. Em breve, publicaremos mais informações. 

>>> Se alguma servidora ou servidor quiser participar do Comando de Greve, instância organizativa da mobilização da categoria, envie e-mail com nome, matrícula e telefone para sindicato@sinasefebrasilia.org.br

Paralisação | Reitoria e direções foram avisadas

Conforme foi deliberado na última assembleia do Sinasefe Brasília, os servidores do IFB estão em estado de greve e realizarão nesta quarta-feira (22), uma assembleia geral em formato híbrido para deliberar se vão aderir ao movimento paredista nacional contra os cortes orçamentários e pela recomposição salarial da categoria.

A seção sindical avisou, com o tempo protocolar de antecedência, tanto a reitoria quanto as direções de curso. Segue abaixo os comunicados enviados na segunda-feira (20).

34° Consinasefe reforça a luta dos servidores federais

Greve geral, eleição da nova diretoria e posicionamento nas eleições presidenciais foram alguns dos pontos tratados durante o 34° Congresso Nacional do Sinasefe, que aconteceu nos dias 12, 13, 14 e 15/05, em Brasília. 

Além da deflagração do movimento paredista em defesa da recomposição salarial de 19,99%, pauta esta que já vinha sendo amplamente debatida e construída nas plenárias do Sindicato, o congresso instituiu o Comando Nacional de Greve (CNG), composto com representações das seções paralisadas.

Vale lembrar que desde o dia 11/05, o Sindicato comunicou o governo sobre o movimento paredista e a reivindicação da categoria, que sofre severas perdas inflacionárias desde o início do governo Bolsonaro. As seções sindicais Sinasefe IFMG, Sinasefe IFBA, Sidsifpe, IFPE já deflagraram greve. O os servidores do IFSP estão com paralisações em curso. Outras seções, vão deflagrar greve no próximo período.  IFPA, no dia 20, IFSul, dia 19, IFMS adere ao movimento a partir de segunda-feira (23). Outras seções sindicais também estão entrando no movimento e realizando assembleias, dialogando com a base e deflagrando paralisações. 

A seção Brasília aprovou, na última assembleia, o indicativo de greve que será debatido com a categoria e a comunidade acadêmica nas próximas semanas. A nova Diretoria Nacional do Sindicato, que estará à frente das lutas da categoria pelos próximos dois anos, também foi eleita durante a atividade, assim como o caderno de teses.

Sobre as eleições presidenciais, os delegados presentes no Consinasefe decidiram pelo apoio a Lula, que lançou sua pré-candidatura no dia 07 de maio.

*Com informações de Sinasefe Nacional.

Comando de mobilização cresce e servidores do IFB aprovam indicativo de greve

Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (11), servidoras e servidores do IFB, reunidos por videoconferência, deliberaram pela intensificação da mobilização da categoria em prol da recomposição salarial.

Além desta pauta, que unifica os servidores públicos, assuntos específicos da seção Brasília também foram debatidos, como a falta de orçamento do Instituto, os editais de afastamento por qualificação, formas de dialogar com a comunidade acadêmica sobre o movimento paredista e meios de organização alternativos às paralisações, manifestações e greves. 

Ainda foi deliberado que o Sinasefe Brasília realizará, na próxima semana, mais uma assembleia, desta vez para eleger as delegadas que participarão do 3° Encontro Nacional de Mulheres do Sinasefe, atividade que acontece nos dias 17,18 e 19 de junho em Fortaleza (CE). 

Dimitri Assis, coordenador da Seção Sindical, informou que esteve em reunião no IFB campus Recanto das Emas, e que percebeu muita disposição de luta dos colegas. Além disso, o sindicalista também destacou que lutar pela recomposição salarial não é uma pauta menor do que as outras. “Isso (recomposição) é nossa condição de existência enquanto trabalhadores e trabalhadoras, precisa ser colocado dentro de uma perspectiva maior. A gente tem que investir em continuar as mobilizações. Acho que o encaminhamento é manter o estado de mobilização, pegar o calendário de atividades e paralisar nas datas em que houver manifestações. É a vida do trabalhador o que está em jogo. Do contrário, não vamos gerar caldo político para fazer greve, seja por salário ou por qual motivo for. Se a gente não fizer algo agora, dificilmente no futuro vamos conseguir nos mobilizar”, afirmou. 

Lucas Barbosa, também coordenador do Sinasefe Brasília, lembrou que, embora o valor reivindicado pelas categorias do serviço público seja 19,99%, esse percentual cobre apenas as perdas salariais até dezembro de 2021. “Acho que todo mundo está sentindo no bolso que o nosso salário está virando pó. Ao longo do governo Bolsonaro, a inflação já foi para quase 30% contando só o IPCA. Cabe a nós começar a criar esse clima de mobilização. Se a inflação continuar subindo 2% ao mês até o fim do ano, a gente perdeu boa parte do salário”, afirmou. 

O sindicalista também pediu a ajuda dos servidores que compareceram à assembleia para incorporar o comando de mobilização, avisar o sindicato das reuniões gerais dos campi, conversar com os colegas sobre a necessidade de mobilização.    

Henrique Zanata, secretário de Finanças do Sinasefe Brasília, afirmou acreditar que o governo Bolsonaro não vai conceder nem os 5% de reajuste que foram anunciados na imprensa. O dirigente sindical propôs paralisações pontuais e a aprovação do indicativo de greve para o mês de junho, condicionado à participação de outras seções sindicais e categorias do serviço público. 

Camila Tenório Cunha, secretária de Comunicação da seção sindical também reafirmou a importância das paralisações nas datas em que houver manifestações unificadas, para viabilizar a participação de mais servidoras e servidores. 

Encaminhamentos 

Por fim, a assembleia deliberou pela aprovação do indicativo de greve, ainda sem data definida, pela confecção de materiais de esclarecimento aos servidores e à comunidade acadêmica sobre as reivindicações da categoria. Além disso, haverá uma conversa com a reitoria sobre as mobilizações e paralisações, e outra reunião a respeito dos editais de afastamento por qualificação, visando garantir maior equidade entre as vagas para mestrado, doutorado e pós-doutorado. 

Ainda sobre o movimento paredista, haverá a construção de uma pauta ampla, junto ao comando de mobilização. O Sindicato participará de mais reuniões gerais nos campi e vai articular a luta com outras entidades do serviço público federal. 

Honrar o passado e construir o futuro| 1° de maio

O Dia do Trabalhador está chegando. A data histórica, reafirma a necessidade de compreender a divisão de classes que permeia a nossa sociedade e os riscos de um discurso que ignora esta realidade. Em Brasília, depois de um longo período de isolamento social, acontecerão dois atos político-culturais neste domingo.  Ambos contam com a participação de entidades sindicais, partidárias, apresentações musicais e outras manifestações artísticas. O primeiro começa às 9h, no Eixão Norte e o segundo, às 16h na Funarte. 

“Em um momento de constantes ataques aos direitos dos trabalhadores e às conquistas democráticas, a organização classista é de extrema importância para garantir que todas as lutas até aqui não foram em vão. Precisamos saber que fazemos parte da classe trabalhadora e por isso precisamos nos unir. Juntos e conscientes do nosso papel e das opressões que sofremos, é possível não apenas conservar aquilo que já conseguimos conquistar, mas também avançar em defesa de um futuro mais justo”, afirma o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa. 

O 1° de maio começou com uma greve, até hoje o principal instrumento de luta da classe trabalhadora.  Na data, trabalhadores cruzaram os braços, em Chicago (EUA), por redução da jornada, que chegava a mais de 16 horas diárias. O movimento resultou em perseguição e morte de muitas pessoas que se manifestavam por direitos, mas se tornou um marco da organização coletiva. 

Para a secretária do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, apenas a greve é capaz de sensibilizar os patrões, não pelo bem estar dos seus operários, mas pelas perdas financeiras que podem ser ocasionadas pela queda na produção. “Os trabalhadores vendem sua força de trabalho, sem este trabalho o capital tem prejuízo,  logo, ele tenderá a sentar com o corpo explorado e negociar”, explica. 

Honrar o passado e construir o futuro 

O discurso empreendedor, defendido por muitos como uma possibilidade de trazer capital à classe trabalhadora, nada mais é do que uma das facetas da exploração capitalista. É sabido que a capacidade de empreender com sucesso ainda está na mão de poucos abastados que podem correr riscos financeiros e têm capital para tal. 

Além de ilusória, essa falácia prejudica vínculos trabalhistas, conquistas de direitos e o reconhecimento da identidade classista, uma vez que, ao invés de enxergar-se enquanto trabalhadores, muitos são seduzidos por esse discurso e a falsa ideia de que, para prosperar, só é necessário trabalho duro, sendo que a realidade e os números nos mostram constantemente que é praticamente impossível a ascensão social dos filhos da classe trabalhadora, que são expostos a riscos, instabilidade e inúmeras dificuldades que prejudicam seu desenvolvimento.   

“Essa ameaça, que é endossada neste governo liberal e fascista, faz com que até servidores públicos das nossas categorias não se identifiquem enquanto classe trabalhadora. E isso desmobiliza muito ”

O Dia do Trabalhador está chegando. A data histórica, reafirma a necessidade de compreender a divisão de classes que permeia a nossa sociedade e os riscos de um discurso que ignora esta realidade. Em Brasília, depois de um longo período de isolamento social, acontecerão dois atos político-culturais neste domingo.  Ambos contam com a participação de entidades sindicais, partidárias, apresentações musicais e outras manifestações artísticas. O primeiro começa às 9h, no Eixão Norte e o segundo, às 16h na Funarte. 

“Em um momento de constantes ataques aos direitos dos trabalhadores e às conquistas democráticas, a organização classista é de extrema importância para garantir que todas as lutas até aqui não foram em vão. Precisamos saber que fazemos parte da classe trabalhadora e por isso precisamos nos unir. Juntos e conscientes do nosso papel e das opressões que sofremos, é possível não apenas conservar aquilo que já conseguimos conquistar, mas também avançar em defesa de um futuro mais justo”, afirma o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa. 

O 1° de maio começou com uma greve, até hoje o principal instrumento de luta da classe trabalhadora.  Na data, trabalhadores cruzaram os braços, em Chicago (EUA), por redução da jornada, que chegava a mais de 16 horas diárias. O movimento resultou em perseguição e morte de muitas pessoas que se manifestavam por direitos, mas se tornou um marco da organização coletiva. 

Para a secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, apenas a greve é capaz de sensibilizar os patrões, não pelo bem estar dos seus operários, mas pelas perdas financeiras que podem ser ocasionadas pela queda na produção. “Os trabalhadores vendem sua força de trabalho, sem este trabalho o capital tem prejuízo,  logo, ele tenderá a sentar com o corpo explorado e negociar”, explica. 

Honrar o passado e construir o futuro 

O discurso empreendedor, defendido por muitos como uma possibilidade de trazer capital à classe trabalhadora, nada mais é do que uma das facetas da exploração capitalista. É sabido que a capacidade de empreender com sucesso ainda está na mão de poucos abastados que podem correr riscos financeiros e têm capital para tal. 

Além de ilusória, essa falácia prejudica vínculos trabalhistas, conquistas de direitos e o reconhecimento da identidade classista, uma vez que, ao invés de enxergar-se enquanto trabalhadores, muitos são seduzidos por esse discurso e a falsa ideia de que, para prosperar, só é necessário trabalho duro, sendo que a realidade e os números nos mostram constantemente que é praticamente impossível a ascensão social dos filhos da classe trabalhadora, que são expostos a riscos, instabilidade e inúmeras dificuldades que prejudicam seu desenvolvimento.   

“Essa ameaça, que é endossada neste governo liberal e fascista, faz com que até servidores públicos das nossas categorias não se identifiquem enquanto classe trabalhadora. E isso desmobiliza muito”, conclui a secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília.

Reajuste já | Servidores intensificam lutas na capital federal

Nesta quinta-feira (28), servidores públicos de todo país se reúnem em Brasília para exigir a recomposição salarial. A partir das 9h, a concentração acontece no Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios, de onde a categoria segue em marcha até o Ministério da Economia (bloco P). No período da tarde, a partir das 16h, haverá panfletagem na Rodoviária do Plano Piloto. Às 18h, começa um ato político-cultural no Museu Nacional da República, com a participação do rapper GOG e da sambista Kika Monteiro, além de uma projeção em defesa dos serviços públicos. 

Desde o início do governo Bolsonaro, os trabalhadores do funcionalismo não tiveram reajuste e a inflação acumulada até dezembro do ano passado era de 19,99%, que é o percentual reivindicado pela categoria. A mobilização desta semana já começou com a vigília dos servidores no Ministério da Economia. Na tarde desta terça-feira (26), representantes do Fonasefe têm uma reunião com a liderança 

Ao mesmo tempo que se recusa a negociar com as entidades que representam o serviço público, o governo faz declarações duvidosas à imprensa. Primeiro, foi mencionado que só as carreiras policiais seriam contempladas com reajuste. Em seguida, a alegação foi de que as demais categorias receberiam 5%. “Esse aumento ou essa promessa de aumento é muito aquém do que está colocado como o mínimo acordado entre todas as categorias do serviço público, que é o percentual de 19,99% referente às perdas salariais desde o início do governo Bolsonaro”, afirmou o coordenador do Sinasefe Brasília, Dimitri Assis. 

“Se a gente for contar as perdas para antes do governo Bolsonaro, a coisa se complica ainda mais, então nesse sentido, 5% é ofensivo, não contempla as mínimas necessidades do serviço público. Como é um governo autoritário, que não estabelece nenhum diálogo com os trabalhadores, é natural que a gente espere que ele faça comunicados, avisos, diretamente à imprensa como se estivesse dizendo: ‘ou isso, ou vocês ficam sem nada’”, explicou o sindicalista. 

Para Dimitri,  essa é uma estratégia que visa desmobilizar a categoria, porque vendo esse anúncio, muitos servidores que pensavam que não iam ganhar nada de reajuste, podem  deixar de participar das atividades, acreditando que mesmo sendo pouco, a promessa do governo já é alguma coisa. “Esse anúncio não significa que ele vai cumprir mesmo essa promessa ofensiva, pode ser apenas para desmobilizar”, alertou o coordenador do Sinasefe Brasília. 

“Aceitar esse reajuste é abrir mão da nossa dignidade de pelo menos repor as perdas dos últimos anos. A sociedade não apoia essa luta porque a mídia teima em falar dos altos salários, mas a maioria esmagadora da nossa categoria ganha muito abaixo destes valores. O servidor precisa ser valorizado para conseguir prestar um bom serviço para a comunidade”, explica Dimitri. 

Por que lutar pela recomposição salarial?

Com os salários congelados, os servidores públicos está perdendo o poder de compra, sofrendo com o endividamento e com os constantes reajustes nos preços dos alimentos, bens de consumo, combustíveis, e do custo de vida em geral. Apesar disso, o governo Bolsonaro não quer repor sequer as perdas inflacionárias dos trabalhadores, que chegaram em 19,99% apenas nos últimos dois anos.

“Nosso salário virou pó nessa pandemia. Todo mundo está vendo o aumento dos preços, reajuste no plano de saúde, nas tarifas públicas, na gasolina. Por isso a necessidade de recomposição salarial. É mentira que o servidor ganha rios de dinheiro. Não são os trabalhadores da educação federal que estão ganhando dinheiro, muito pelo contrário, tivemos aumento na contribuição previdenciária, reajuste no imposto de renda, e na prática o nosso salário diminuiu. A inflação é um mecanismo que faz o trabalhador ficar mais pobre e que se cria em plena crise econômica e social, mais bilionários no país”, explicou o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa.

O dirigente sindical explicou que essa recomposição salarial é fundamental para que os servidores públicos garantam uma vida digna. “Se continuar assim vamos começar a pagar para trabalhar, porque na pandemia tivemos que pagar internet a mais para dar conta do serviço, comprar computador, cadeira, todos esses gastos entram na conta. Também é um absurdo que o governo federal queira privilegiar uma categoria em detrimento de todas as outras”, afirmou, referindo-se à indicação, no início do ano, de que Bolsonaro iria conceder reajuste às carreiras policiais, base de apoio do governo.

“Sabemos que Bolsonaro não quer negociar, que ele desvaloriza a nossa categoria e é inimigo da educação. Mas também sabemos que a luta e a mobilização dão resultado sim. Ano passado, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, conseguimos derrubar a PEC 32, que seria um desastre para a sociedade e para o serviço público em geral.  Esse ano não será diferente. Se nos organizarmos, podemos sim dar um basta nessa política de desvalorização da nossa categoria. Na própria seção Brasília, percebemos o quanto nossos colegas estão passando por dificuldades, muitos tiveram até que se desfiliar do Sindicato por falta de condições financeiras de arcar com a contribuição sindical, que é apenas de 1% sobre os salários. Isso não é nossa culpa e não temos que carregar o peso da gestão catastrófica deste governo. Chega!”, afirmou a secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha.

Na última assembleia do Sinasefe Brasília, foi instaurado um Comitê de Mobilização, que vai atuar nos campi do IFB conscientizando os servidores, divulgando o material do Sindicato e dialogando sobre as necessidades da categoria.