Paralisação | Reitoria e direções foram avisadas

Conforme foi deliberado na última assembleia do Sinasefe Brasília, os servidores do IFB estão em estado de greve e realizarão nesta quarta-feira (22), uma assembleia geral em formato híbrido para deliberar se vão aderir ao movimento paredista nacional contra os cortes orçamentários e pela recomposição salarial da categoria.

A seção sindical avisou, com o tempo protocolar de antecedência, tanto a reitoria quanto as direções de curso. Segue abaixo os comunicados enviados na segunda-feira (20).

34° Consinasefe reforça a luta dos servidores federais

Greve geral, eleição da nova diretoria e posicionamento nas eleições presidenciais foram alguns dos pontos tratados durante o 34° Congresso Nacional do Sinasefe, que aconteceu nos dias 12, 13, 14 e 15/05, em Brasília. 

Além da deflagração do movimento paredista em defesa da recomposição salarial de 19,99%, pauta esta que já vinha sendo amplamente debatida e construída nas plenárias do Sindicato, o congresso instituiu o Comando Nacional de Greve (CNG), composto com representações das seções paralisadas.

Vale lembrar que desde o dia 11/05, o Sindicato comunicou o governo sobre o movimento paredista e a reivindicação da categoria, que sofre severas perdas inflacionárias desde o início do governo Bolsonaro. As seções sindicais Sinasefe IFMG, Sinasefe IFBA, Sidsifpe, IFPE já deflagraram greve. O os servidores do IFSP estão com paralisações em curso. Outras seções, vão deflagrar greve no próximo período.  IFPA, no dia 20, IFSul, dia 19, IFMS adere ao movimento a partir de segunda-feira (23). Outras seções sindicais também estão entrando no movimento e realizando assembleias, dialogando com a base e deflagrando paralisações. 

A seção Brasília aprovou, na última assembleia, o indicativo de greve que será debatido com a categoria e a comunidade acadêmica nas próximas semanas. A nova Diretoria Nacional do Sindicato, que estará à frente das lutas da categoria pelos próximos dois anos, também foi eleita durante a atividade, assim como o caderno de teses.

Sobre as eleições presidenciais, os delegados presentes no Consinasefe decidiram pelo apoio a Lula, que lançou sua pré-candidatura no dia 07 de maio.

*Com informações de Sinasefe Nacional.

Comando de mobilização cresce e servidores do IFB aprovam indicativo de greve

Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (11), servidoras e servidores do IFB, reunidos por videoconferência, deliberaram pela intensificação da mobilização da categoria em prol da recomposição salarial.

Além desta pauta, que unifica os servidores públicos, assuntos específicos da seção Brasília também foram debatidos, como a falta de orçamento do Instituto, os editais de afastamento por qualificação, formas de dialogar com a comunidade acadêmica sobre o movimento paredista e meios de organização alternativos às paralisações, manifestações e greves. 

Ainda foi deliberado que o Sinasefe Brasília realizará, na próxima semana, mais uma assembleia, desta vez para eleger as delegadas que participarão do 3° Encontro Nacional de Mulheres do Sinasefe, atividade que acontece nos dias 17,18 e 19 de junho em Fortaleza (CE). 

Dimitri Assis, coordenador da Seção Sindical, informou que esteve em reunião no IFB campus Recanto das Emas, e que percebeu muita disposição de luta dos colegas. Além disso, o sindicalista também destacou que lutar pela recomposição salarial não é uma pauta menor do que as outras. “Isso (recomposição) é nossa condição de existência enquanto trabalhadores e trabalhadoras, precisa ser colocado dentro de uma perspectiva maior. A gente tem que investir em continuar as mobilizações. Acho que o encaminhamento é manter o estado de mobilização, pegar o calendário de atividades e paralisar nas datas em que houver manifestações. É a vida do trabalhador o que está em jogo. Do contrário, não vamos gerar caldo político para fazer greve, seja por salário ou por qual motivo for. Se a gente não fizer algo agora, dificilmente no futuro vamos conseguir nos mobilizar”, afirmou. 

Lucas Barbosa, também coordenador do Sinasefe Brasília, lembrou que, embora o valor reivindicado pelas categorias do serviço público seja 19,99%, esse percentual cobre apenas as perdas salariais até dezembro de 2021. “Acho que todo mundo está sentindo no bolso que o nosso salário está virando pó. Ao longo do governo Bolsonaro, a inflação já foi para quase 30% contando só o IPCA. Cabe a nós começar a criar esse clima de mobilização. Se a inflação continuar subindo 2% ao mês até o fim do ano, a gente perdeu boa parte do salário”, afirmou. 

O sindicalista também pediu a ajuda dos servidores que compareceram à assembleia para incorporar o comando de mobilização, avisar o sindicato das reuniões gerais dos campi, conversar com os colegas sobre a necessidade de mobilização.    

Henrique Zanata, secretário de Finanças do Sinasefe Brasília, afirmou acreditar que o governo Bolsonaro não vai conceder nem os 5% de reajuste que foram anunciados na imprensa. O dirigente sindical propôs paralisações pontuais e a aprovação do indicativo de greve para o mês de junho, condicionado à participação de outras seções sindicais e categorias do serviço público. 

Camila Tenório Cunha, secretária de Comunicação da seção sindical também reafirmou a importância das paralisações nas datas em que houver manifestações unificadas, para viabilizar a participação de mais servidoras e servidores. 

Encaminhamentos 

Por fim, a assembleia deliberou pela aprovação do indicativo de greve, ainda sem data definida, pela confecção de materiais de esclarecimento aos servidores e à comunidade acadêmica sobre as reivindicações da categoria. Além disso, haverá uma conversa com a reitoria sobre as mobilizações e paralisações, e outra reunião a respeito dos editais de afastamento por qualificação, visando garantir maior equidade entre as vagas para mestrado, doutorado e pós-doutorado. 

Ainda sobre o movimento paredista, haverá a construção de uma pauta ampla, junto ao comando de mobilização. O Sindicato participará de mais reuniões gerais nos campi e vai articular a luta com outras entidades do serviço público federal. 

Honrar o passado e construir o futuro| 1° de maio

O Dia do Trabalhador está chegando. A data histórica, reafirma a necessidade de compreender a divisão de classes que permeia a nossa sociedade e os riscos de um discurso que ignora esta realidade. Em Brasília, depois de um longo período de isolamento social, acontecerão dois atos político-culturais neste domingo.  Ambos contam com a participação de entidades sindicais, partidárias, apresentações musicais e outras manifestações artísticas. O primeiro começa às 9h, no Eixão Norte e o segundo, às 16h na Funarte. 

“Em um momento de constantes ataques aos direitos dos trabalhadores e às conquistas democráticas, a organização classista é de extrema importância para garantir que todas as lutas até aqui não foram em vão. Precisamos saber que fazemos parte da classe trabalhadora e por isso precisamos nos unir. Juntos e conscientes do nosso papel e das opressões que sofremos, é possível não apenas conservar aquilo que já conseguimos conquistar, mas também avançar em defesa de um futuro mais justo”, afirma o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa. 

O 1° de maio começou com uma greve, até hoje o principal instrumento de luta da classe trabalhadora.  Na data, trabalhadores cruzaram os braços, em Chicago (EUA), por redução da jornada, que chegava a mais de 16 horas diárias. O movimento resultou em perseguição e morte de muitas pessoas que se manifestavam por direitos, mas se tornou um marco da organização coletiva. 

Para a secretária do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, apenas a greve é capaz de sensibilizar os patrões, não pelo bem estar dos seus operários, mas pelas perdas financeiras que podem ser ocasionadas pela queda na produção. “Os trabalhadores vendem sua força de trabalho, sem este trabalho o capital tem prejuízo,  logo, ele tenderá a sentar com o corpo explorado e negociar”, explica. 

Honrar o passado e construir o futuro 

O discurso empreendedor, defendido por muitos como uma possibilidade de trazer capital à classe trabalhadora, nada mais é do que uma das facetas da exploração capitalista. É sabido que a capacidade de empreender com sucesso ainda está na mão de poucos abastados que podem correr riscos financeiros e têm capital para tal. 

Além de ilusória, essa falácia prejudica vínculos trabalhistas, conquistas de direitos e o reconhecimento da identidade classista, uma vez que, ao invés de enxergar-se enquanto trabalhadores, muitos são seduzidos por esse discurso e a falsa ideia de que, para prosperar, só é necessário trabalho duro, sendo que a realidade e os números nos mostram constantemente que é praticamente impossível a ascensão social dos filhos da classe trabalhadora, que são expostos a riscos, instabilidade e inúmeras dificuldades que prejudicam seu desenvolvimento.   

“Essa ameaça, que é endossada neste governo liberal e fascista, faz com que até servidores públicos das nossas categorias não se identifiquem enquanto classe trabalhadora. E isso desmobiliza muito ”

O Dia do Trabalhador está chegando. A data histórica, reafirma a necessidade de compreender a divisão de classes que permeia a nossa sociedade e os riscos de um discurso que ignora esta realidade. Em Brasília, depois de um longo período de isolamento social, acontecerão dois atos político-culturais neste domingo.  Ambos contam com a participação de entidades sindicais, partidárias, apresentações musicais e outras manifestações artísticas. O primeiro começa às 9h, no Eixão Norte e o segundo, às 16h na Funarte. 

“Em um momento de constantes ataques aos direitos dos trabalhadores e às conquistas democráticas, a organização classista é de extrema importância para garantir que todas as lutas até aqui não foram em vão. Precisamos saber que fazemos parte da classe trabalhadora e por isso precisamos nos unir. Juntos e conscientes do nosso papel e das opressões que sofremos, é possível não apenas conservar aquilo que já conseguimos conquistar, mas também avançar em defesa de um futuro mais justo”, afirma o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa. 

O 1° de maio começou com uma greve, até hoje o principal instrumento de luta da classe trabalhadora.  Na data, trabalhadores cruzaram os braços, em Chicago (EUA), por redução da jornada, que chegava a mais de 16 horas diárias. O movimento resultou em perseguição e morte de muitas pessoas que se manifestavam por direitos, mas se tornou um marco da organização coletiva. 

Para a secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, apenas a greve é capaz de sensibilizar os patrões, não pelo bem estar dos seus operários, mas pelas perdas financeiras que podem ser ocasionadas pela queda na produção. “Os trabalhadores vendem sua força de trabalho, sem este trabalho o capital tem prejuízo,  logo, ele tenderá a sentar com o corpo explorado e negociar”, explica. 

Honrar o passado e construir o futuro 

O discurso empreendedor, defendido por muitos como uma possibilidade de trazer capital à classe trabalhadora, nada mais é do que uma das facetas da exploração capitalista. É sabido que a capacidade de empreender com sucesso ainda está na mão de poucos abastados que podem correr riscos financeiros e têm capital para tal. 

Além de ilusória, essa falácia prejudica vínculos trabalhistas, conquistas de direitos e o reconhecimento da identidade classista, uma vez que, ao invés de enxergar-se enquanto trabalhadores, muitos são seduzidos por esse discurso e a falsa ideia de que, para prosperar, só é necessário trabalho duro, sendo que a realidade e os números nos mostram constantemente que é praticamente impossível a ascensão social dos filhos da classe trabalhadora, que são expostos a riscos, instabilidade e inúmeras dificuldades que prejudicam seu desenvolvimento.   

“Essa ameaça, que é endossada neste governo liberal e fascista, faz com que até servidores públicos das nossas categorias não se identifiquem enquanto classe trabalhadora. E isso desmobiliza muito”, conclui a secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília.

Reajuste já | Servidores intensificam lutas na capital federal

Nesta quinta-feira (28), servidores públicos de todo país se reúnem em Brasília para exigir a recomposição salarial. A partir das 9h, a concentração acontece no Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios, de onde a categoria segue em marcha até o Ministério da Economia (bloco P). No período da tarde, a partir das 16h, haverá panfletagem na Rodoviária do Plano Piloto. Às 18h, começa um ato político-cultural no Museu Nacional da República, com a participação do rapper GOG e da sambista Kika Monteiro, além de uma projeção em defesa dos serviços públicos. 

Desde o início do governo Bolsonaro, os trabalhadores do funcionalismo não tiveram reajuste e a inflação acumulada até dezembro do ano passado era de 19,99%, que é o percentual reivindicado pela categoria. A mobilização desta semana já começou com a vigília dos servidores no Ministério da Economia. Na tarde desta terça-feira (26), representantes do Fonasefe têm uma reunião com a liderança 

Ao mesmo tempo que se recusa a negociar com as entidades que representam o serviço público, o governo faz declarações duvidosas à imprensa. Primeiro, foi mencionado que só as carreiras policiais seriam contempladas com reajuste. Em seguida, a alegação foi de que as demais categorias receberiam 5%. “Esse aumento ou essa promessa de aumento é muito aquém do que está colocado como o mínimo acordado entre todas as categorias do serviço público, que é o percentual de 19,99% referente às perdas salariais desde o início do governo Bolsonaro”, afirmou o coordenador do Sinasefe Brasília, Dimitri Assis. 

“Se a gente for contar as perdas para antes do governo Bolsonaro, a coisa se complica ainda mais, então nesse sentido, 5% é ofensivo, não contempla as mínimas necessidades do serviço público. Como é um governo autoritário, que não estabelece nenhum diálogo com os trabalhadores, é natural que a gente espere que ele faça comunicados, avisos, diretamente à imprensa como se estivesse dizendo: ‘ou isso, ou vocês ficam sem nada’”, explicou o sindicalista. 

Para Dimitri,  essa é uma estratégia que visa desmobilizar a categoria, porque vendo esse anúncio, muitos servidores que pensavam que não iam ganhar nada de reajuste, podem  deixar de participar das atividades, acreditando que mesmo sendo pouco, a promessa do governo já é alguma coisa. “Esse anúncio não significa que ele vai cumprir mesmo essa promessa ofensiva, pode ser apenas para desmobilizar”, alertou o coordenador do Sinasefe Brasília. 

“Aceitar esse reajuste é abrir mão da nossa dignidade de pelo menos repor as perdas dos últimos anos. A sociedade não apoia essa luta porque a mídia teima em falar dos altos salários, mas a maioria esmagadora da nossa categoria ganha muito abaixo destes valores. O servidor precisa ser valorizado para conseguir prestar um bom serviço para a comunidade”, explica Dimitri. 

Por que lutar pela recomposição salarial?

Com os salários congelados, os servidores públicos está perdendo o poder de compra, sofrendo com o endividamento e com os constantes reajustes nos preços dos alimentos, bens de consumo, combustíveis, e do custo de vida em geral. Apesar disso, o governo Bolsonaro não quer repor sequer as perdas inflacionárias dos trabalhadores, que chegaram em 19,99% apenas nos últimos dois anos.

“Nosso salário virou pó nessa pandemia. Todo mundo está vendo o aumento dos preços, reajuste no plano de saúde, nas tarifas públicas, na gasolina. Por isso a necessidade de recomposição salarial. É mentira que o servidor ganha rios de dinheiro. Não são os trabalhadores da educação federal que estão ganhando dinheiro, muito pelo contrário, tivemos aumento na contribuição previdenciária, reajuste no imposto de renda, e na prática o nosso salário diminuiu. A inflação é um mecanismo que faz o trabalhador ficar mais pobre e que se cria em plena crise econômica e social, mais bilionários no país”, explicou o coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa.

O dirigente sindical explicou que essa recomposição salarial é fundamental para que os servidores públicos garantam uma vida digna. “Se continuar assim vamos começar a pagar para trabalhar, porque na pandemia tivemos que pagar internet a mais para dar conta do serviço, comprar computador, cadeira, todos esses gastos entram na conta. Também é um absurdo que o governo federal queira privilegiar uma categoria em detrimento de todas as outras”, afirmou, referindo-se à indicação, no início do ano, de que Bolsonaro iria conceder reajuste às carreiras policiais, base de apoio do governo.

“Sabemos que Bolsonaro não quer negociar, que ele desvaloriza a nossa categoria e é inimigo da educação. Mas também sabemos que a luta e a mobilização dão resultado sim. Ano passado, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, conseguimos derrubar a PEC 32, que seria um desastre para a sociedade e para o serviço público em geral.  Esse ano não será diferente. Se nos organizarmos, podemos sim dar um basta nessa política de desvalorização da nossa categoria. Na própria seção Brasília, percebemos o quanto nossos colegas estão passando por dificuldades, muitos tiveram até que se desfiliar do Sindicato por falta de condições financeiras de arcar com a contribuição sindical, que é apenas de 1% sobre os salários. Isso não é nossa culpa e não temos que carregar o peso da gestão catastrófica deste governo. Chega!”, afirmou a secretária de Comunicação do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha.

Na última assembleia do Sinasefe Brasília, foi instaurado um Comitê de Mobilização, que vai atuar nos campi do IFB conscientizando os servidores, divulgando o material do Sindicato e dialogando sobre as necessidades da categoria.

Estado de mobilização | Servidores do IFB aprovam comitês de luta em assembleia

Realizada de forma híbrida, nesta quarta-feira (06), a assembleia do Sinasefe Brasília deliberou pela construção de uma série de ações para conscientizar a categoria da importância de lutar, junto aos outros setores do serviço público, pela recomposição salarial, uma vez que o governo Bolsonaro não demonstrou nenhuma disposição em negociar com os trabalhadores.

O coordenador do Sinasefe Brasília, Lucas Barbosa, explica que o percentual de reajuste reivindicado pela categoria corresponde à inflação do governo Bolsonaro, com base no IPCA, e reiterou que, embora na mídia tenha sido divulgada uma perspectiva de 5% de aumento salarial em junho, a verdade é que, de forma concreta, não há previsão nenhuma que o boato se torne realidade.

“A greve já está começando em algumas categorias, como os servidores do Banco Central, INSS, alguns Ministérios e Universidades, que estão em processo de mobilização”, informou Lucas.

Dimitri Assis, que também é coordenador da Seção Sindical, salientou os prazos curtos para qualquer negociação com o governo por tratar-se de um ano eleitoral. O sindicalista também afirmou que no trabalho de panfletagem que a diretoria do Sindicato realizou nos últimos dias, foi possível perceber uma insatisfação geral dos servidores com as perdas inflacionárias. “A gente percebeu um desespero na categoria, existe uma indignação”, avaliou.

Encaminhamentos

Por unanimidade, a assembleia deliberou pela criação de comitês de mobilização espalhados pelos 10 campi do IFB, para pulverizar os materiais produzidos pelo Sindicato e aumentar o diálogo com a base.

Além disso, por demanda dos servidores, a Seção vai cobrar da reitoria, mais segurança sanitária e a disponibilização de máscaras em todos os campi, além de alguns equipamentos cuja necessidade surgiu no retorno presencial, como por exemplo, microfone de lapela para os docentes que têm dificuldade em ser ouvidos com o uso da máscara, e a própria distribuição das mesmas em larga escala.

Também foram eleitos os delegados e um observador para participar do 34° Congresso Nacional do Sinasefe, que acontece em Brasília de 12 a 15 de maio.

1° de abril | Memória, Verdade e Justiça

Dizem que quando uma mentira é contada várias vezes ela se torna verdade. Há 58 anos, um regime de governo baseado em inverdades tomou o poder no país. Com a justificativa de “barrar a ameaça comunista” e “colocar ordem na casa”, os militares assumiram o comando, fecharam o congresso e instauraram uma ditadura por 21 anos. Os frutos desta mentira assombram até hoje a nossa sociedade e a maior prova disso foi a eleição, em 2018, de um então candidato que fazia apologia direta aos crimes cometidos pelo regime militar. 


Esta semana, o Ministério da Defesa publicou um documento no qual elogiava o período da ditadura, desprezando as perseguições, torturas e mortes que aconteceram ao longo daqueles anos. Um trecho da nota afirma que: “a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização, de segurança, de crescimento econômico e de amadurecimento político, que resultou no restabelecimento da paz no País, no fortalecimento da democracia, na ascensão do Brasil no concerto das nações e na aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita pelo Congresso Nacional”. 

O historiador e professor do IFB, Júlio Mangini, explica o que aconteceu naquele período. “Foram 21 anos de tortura, perseguição, aumento da concentração de renda, grande endividamento econômico, aumento da desigualdade social, que favoreceu uma classe burguesa, especialmente as grandes empreiteiras, que tiveram muitas obras nesse momento. Tivemos outros períodos com golpes, mas entre os diversos pactos que as elites fizeram, esse provavelmente foi um dos mais perversos da história brasileira”, afirmou. 

Na pele 

A dirigente do Sinasefe Brasília, Camila Tenório Cunha, teve as marcas do regime militar impressas na história de sua família. No relato abaixo, ela conta o que seus pais enfrentaram durante esse período. 

“Minha mãe cursava Ciências Sociais no curso noturno da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e atuava no  movimento estudantil, sendo secretária do Travassos da União Nacional dos Estudantes (UNE), quando estourou o golpe de 1964. Foi neste espaço de tempo da sua vida que conheceu o meu pai. Ele era do Partido Revolucionário dos Trabalhadores, grupo que saiu de dentro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), mas que era a favor da luta armada como única forma de enfrentar os militares, já minha mãe era de um movimento católico, Ação Popular (AP), que não era a favor da luta armada. Era o ano de 1969 e ambos estavam na resistência, cada qual ao seu modo”, explicou Camila. 

A sindicalista relata que, ao saber que a gráfica em que imprimiam o material “subversivo” fora descoberta, tiveram que pensar em fuga. “Num desespero louco rasgaram e queimaram papéis, enfiaram o que conseguiram em roupas e trouxas, falaram com o dono do apartamento se aceitava o colchão como pagamento que iriam sair naquele instante. Tentando correr com a barriga de oito meses,  minha mãe viu ainda, do outro lado da rua,os carros do DOPs pararem em frente ao apartamento. Na dúvida entre andar para não levantar suspeita e correr porque a emergência dizia para fazer isso, andou rápido, com barrigão e tudo. Pegaram um ônibus e outro e foram parar nos meus avós paternos em São José dos Campos, interior de São Paulo, onde meu irmão nasceu em outubro daquele ano”, afirmou Camila 

“Nestes tempos meus pais ajudavam a resistência e os amigos presos, mas não estavam mais no movimento diretamente. Existia uma fala de não torcerem pelo Brasil na Copa de 1970, afinal os militares se aproveitaram disso. Mas então os jogos começaram e foi um tal de tentarem comprar rádios para os companheiros presos, para que eles pudessem ouvir os jogos.”, relata a sindicalista. 

Embora a família de Camila tenha conseguido fugir, este não foi o destino de centenas de pessoas que se opuseram ao regime militar. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, pelo menos 434 assassinatos e desaparecimentos políticos aconteceram ao longo daquele período.

“Por tudo isso, não podemos esquecer  aquela época dura para que ela não se repita mais. Para que as famílias não precisem ficar escondidas, para que não haja sonhos desfeitos, pessoas queridas desaparecidas e assassinadas apenas porque as suas ideias são diferentes das de quem está no poder”, conclui Camila.

Campanha Salarial | “Só vamos arrancar qualquer coisa do governo Bolsonaro fazendo greve”

Mais uma vez, o governo Federal deixou claro que não quer atender às reivindicações dos servidores públicos. Na tarde desta sexta-feira (1°), durante reunião com as representações da categoria, ao invés de iniciar as negociações da campanha salarial, os representantes do ministério da Economia criticaram a forma com que os sindicatos se posicionam e não deram nenhuma perspectiva de recompor as perdas inflacionárias dos servidores, que já chegam a mais de 19,99% no governo Bolsonaro. Este é o percentual que a categoria reivindica, mas como explica o dirigente do Sinasefe Brasília, Dimitri Assis, o prazo apertado, por se tratar de um ano eleitoral, impossibilita que esse reajuste seja concedido. 

“Um dos prazos, que é na primeira quinzena de abril, trata do aumento que excede a inflação, seria os 19,99%, porque a ideia é conseguir a recomposição das perdas inflacionárias de todo o período do governo Bolsonaro. Aí tem outro prazo em junho, que é até 180 dias antes do fim do mandato, até essa data, pode ser aprovado um aumento que não exceda a inflação do período, que seria apenas do último ano”, explicou o dirigente do Sinasefe Brasília, Dimitri Assis. 

A dirigente nacional do Sinasefe, Elenira Vilela, esteve presente na reunião com os representantes do governo e relatou o que aconteceu. “Viemos ouvir uma resposta do governo porque ele anunciou que diria se ia abrir ou não negociação neste dia 1° de abril. Era mentira, como esperado e o que eles fizeram foi tentar empurrar para as nossas costas a responsabilidade sobre a administração pública”, relatou. 

A sindicalista afirmou ainda que não há  perspectiva de reajuste, a não ser para as categorias que têm algum tipo de relação política com o governo. “A conclusão geral é que a gente vai arrancar qualquer coisa do governo Bolsonaro fazendo greve. A gente tem que entender que a luta pelos nossos direitos é a luta pelos direitos da população ao serviço público e que o governo Bolsonaro é inimigo dos direitos da população”, afirmou. Elenira. 

O Fonasefe vai se reunir neste sábado (02), às 10h, para avaliar a reunião e construir uma nota conjunta.

Assista ao vídeo completo aqui:

Em plenária, servidores do IFB organizam-se para participar das lutas nacionais

“Temos um longo calendário pela frente. Hoje a gente começou a pregar faixas de boas vindas nos campi e também sobre a campanha salarial unificada dos servidores públicos, que  congrega vários setores do serviço público com uma reivindicação unitária, que é a reposição da inflação no governo Bolsonaro até dezembro de 2021, contabilizada em 19,99%”, afirmou o coordenador do Sinasefe Brasília, Dimitri Assis, no início da Plenária realizada virtualmente na noite desta segunda-feira (28). 

Com o objetivo de ouvir as servidoras e servidores do IFB sobre as melhores estratégias de mobilização e luta, a seção sindical realizou o encontro, que começou às 19h. Dimitri também já adiantou que haverá assembleia presencial, no dia 07/04, no campus Brasília, para debater a campanha e outros assuntos de interesse da categoria. 

Lucas Barbosa, também coordenador do Sinasefe Brasília, sintetizou as últimas lutas conjuntas do serviço público. “As categorias estão fazendo uma vigília na porta do Ministério da Economia, por causa desse movimento, pela primeira vez o governo recebeu os representantes. Nessa reunião o governo falou que não tem dinheiro, e que poderia negociar pautas que não têm impacto financeiro. Depois, o governo pediu até o dia primeiro de abril para responder sobre a possibilidade de negociação”, explicou.

O sindicalista informou ainda que o Sinasefe Nacional aprovou o estado de greve e que alguns órgãos públicos já iniciaram o movimento paredista. 

Retorno presencial e disposição da categoria 

Com a retomada das atividades presenciais, alguns dos servidores presentes acreditam que será mais fácil conversar com os colegas e conscientizar sobre a necessidade de mobilização, não apenas para a campanha salarial mas também outras pautas importantes neste momento de carestia e retirada de direitos. 

Paulo Cabral, servidor do IFB campus Planaltina e delegado sindical, afirmou que acredita que a maioria dos colegas ainda estão se organizando para o retorno presencial. A partir disso, o professor sugeriu que o sindicato utilize a semana pedagógica para informar mais pessoas sobre a campanha salarial e a pauta dos servidores. 

O servidor Mauro Oliveira também acredita que a retomada das atividades presenciais vai impactar parte da categoria que estava em casa. Mauro ponderou ainda que é necessário mostrar cada vez mais para as pessoas a importância do sindicato. “Há colegas que tem doutorado, mestrado, mas quando se fala da importância do sindicato para a categoria não entendem, o trabalho que o sindicato faz afeta a vida das pessoas, mesmo aquelas que não são filiadas. É fundamental que a categoria esteja unida para enfrentar os desafios que estão postos”, afirmou  

Ao fim da plenária, foi definido um grupo de servidores que vai auxiliar o Sinasefe Brasília na distribuição de materiais, divulgação das atividades e nas conversas nos campi.